Pimentel e Anastasia evitam confronto direto em último debate em Minas

No último debate entre candidatos a governador em Minas antes do primeiro turno, promovido pela Rede Globo nesta terça (2), os principais adversários, Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT), não se enfrentaram diretamente.
 
Ao contrário de outros debates, eles evitaram perguntar um ao outro desta vez. O senador tucano preferiu o embate com Romeu Zema (Novo), que participou de debates pela primeira vez, já que a regra era o partido ter ao menos cinco congressistas ou o candidato ter alcançado ao menos 6% de intenções de voto.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, do dia 28, Anastasia lidera com 33% das intenções de voto, seguido por Pimentel, com 24%, e Zema aparece em terceiro, com 9%.
 
Justamente por ser um entrave para a vitória no primeiro turno, Zema foi o alvo preferencial de Anastasia, que ironizou a falta de conhecimento do empresário sobre setor público, dizendo que suas propostas contrariam a legislação.
 
“É preciso experiência na gestão pública para dar as soluções corretas”, disse Anastasia em um dos três embates entre os dois.
 
Zema, por sua vez, insistiu no discurso de enxugamento do estado e na redução de impostos. “O estado se tornou carrapato maior do que a vaca. É preciso economizar dinheiro em vez de custear cabide de emprego”, disse o candidato, criticando privilégios, mordomias e corrupção.
 
O empresário do setor de comércio também buscou se diferenciar dos políticos tradicionais que estavam no debate, mas encontrou críticas de Claudiney Dulim, candidato do Avante.
 
“Compreendi que Fernando Collor acaba de chegar a Minas Gerais, o caçador de marajás. Você se coloca como último bastião da moralidade, como se seu partido fosse o único capaz de salvar, como se você estivesse em terra arrasada”, disse Dulim. Segundo o candidato, não há novidade no partido Novo.
 
Já Pimentel preferiu as dobradinhas com Adalclever Lopes (MDB), presidente da Assembleia e seu aliado durante todo o mandato, embora, neste ano, tenha havido um rompimento que levou a chapas separadas e à deflagração de um pedido de impeachment contra o petista.
 
Na reta final de campanha, ambos negam uma briga e evitam falar no impeachment ---mesmo quando o tema da pergunta entre eles foi “relacionamento com a Assembleia”. Foram três dobradinhas no total.

Pimentel e Anastasia, porém, travaram embates indiretos. O petista voltou a falar que a atual crise financeira do estado foi agravada pelos governos tucanos que o antecederam e pela falta de colaboração de Michel Temer (MDB). Pimentel mencionou Fernando Haddad (PT), candidato à Presidência, em diversas ocasiões.
 
“Foram doze anos no poder e não deixaram nada, nenhum projeto estruturante, a não ser obras desnecessárias e um rombo”, disse Pimentel. “O boicote de Temer vai acabar, vamos ter Haddad, que é favorável, e tudo vai melhorar em Minas.”
 
O petista também afirmou que os senadores de Minas Gerais, entre eles Anastasia e Aécio Neves (PSDB), não fizeram nada pelo estado e mencionou a construção do aeroporto de Cláudio (MG), em terras da família de Aécio.
 
Anastasia não mencionou seu candidato a presidente, Geraldo Alckmin (PSDB), mas rebateu as críticas de Pimentel apelando ao antipetismo.
 
“O PT foi desastroso no campo nacional e estadual. Trouxe desemprego e desesperança. Vou varrer o pesadelo do PT de Minas”, disse. “Tive vontade de rir das aberrações de Pimentel, em que mundo ele vive?”.
 
O tucano ainda criticou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que lidera a disputa pelo Senado em Minas, chamando-a de “senadora paraquedista”, por ter chegado a Minas no último instante para concorrer. Dilma é mineira, mas viveu no Rio Grande do Sul.
 
Pimentel e Anastasia também buscaram perguntar a Dirlene Marques (PSOL), que é professora, sobre educação e políticas para as mulheres.

VOTO EM BOLSONARO

Em suas considerações finais, Zema pediu votos tanto para o presidenciável de seu partido, João Amoêdo (Novo), como para Jair Bolsonaro (PSL). "Aqueles que quiserem mudança podem votar em candidatos diferentes, ou João Amoêdo ou Jair Bolsonaro", disse.

Em fala à imprensa após o debate, mudou de versão e afirmou que, na verdade, estava pedindo aos mineiros que votam em Amoêdo ou Bolsonaro para que votem nele para governador.

"Vamos deixar claro, a minha declaração foi essa: aqueles que votam no Amôedo ou no Bolsonaro que considerem a minha candidatura", disse. "Os eleitores do Bolsonaro têm geralmente proximidade muito grande com as nossas propostas."

Sobre qual candidato o Novo vai apoiar no segundo turno, Zema disse que não está definido, mas que não apoiará partidos de esquerda.

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