Polícia investiga se manifesto anti-imigração foi escrito por autor de massacre no Texas
A polícia americana investiga se o atirador que matou ao menos 20 pessoas num hipermercado Walmart em El Paso, no Texas, é o autor de um manifesto de ódio contra imigrantes divulgado na internet.
O documento, publicado 19 minutos antes da primeira ligação aos serviços de emergência para relatar o ataque, fala de uma "invasão hispânica no Texas". Também diz que brancos estão sendo substituídos por estrangeiros e detalha um plano para separar os Estados Unidos por raças.
Intitulado "A Verdade Inconveniente", o texto menciona os ataques a duas mesquitas, em 15 de março, na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia. Naquele massacre, o atirador havia publicado um documento com mais de 70 páginas contra imigrantes, no qual disse que queria "mostrar aos invasores que nossas terras nunca serão as terras deles, enquanto um homem branco viver, e que eles nunca irão substituir nosso povo".
Se o manifesto for, de fato, ligado ao atirador de El Paso, as autoridades podem tratar o ataque como crime de ódio ou terrorismo doméstico.
El Paso tem 833 mil habitantes, sendo que 81% deles são de origem hispânica, segundo dados da prefeitura.
A cidade fica na fronteira dos Estados Unidos com o México. Do outro lado, fica Ciudad Juarez, com mais de 1,3 milhão de moradores. O local do ataque está a cerca de 16 km da divisa internacional.
No ataque, três mexicanos foram mortos e outros seis ficaram feridos, segundo o governo do México.
A polícia identificou como o autor do massacre um homem branco de 21 anos, que saiu da cidade de Allen, a 1.000 km de El Paso. Imagens de câmeras de segurança mostram o atirador usando óculos e fones ou protetores de ouvido e segurando um rifle.