Polícia prendeu 3 pessoas | Ataque a tiros em mesquitas deixa 49 mortos na Nova Zelândia

Ao menos 49 pessoas morreram após ataques a tiros contra duas mesquitas da cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, na tarde desta sexta-feira (noite de quinta-feira no Brasil). Até o momento, foram contabilizados 48 feridos, entre os quais estão crianças, mas não foi especificado este número.

Ao menos três pessoas encontram-se custodiadas suspeitas de terem relação com os crimes. Uma delas já foi acusada de homicídio. Outros suspeitos também são procurados pela polícia. Uma pessoa chegou a ser detida, mas foi liberada horas depois por não ter ligação com os ataques, segundo a polícia.

De acordo com a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, os detidos não tinham ficha criminal e estavam "fora do radar" dos serviços de inteligência. A premiê classificou os ataques como atentados e ainda nenhuma organização assumiu a autoria. O alerta de terrorismo foi elevado para o nível mais alto, e as autoridades ordenaram o fechamento de todas as mesquitas, os colégios e prédios públicos na cidade.

Como foi o ataque

Os ataques começaram às 13h30 (hora local; 21h30 de quinta no horário de Brasília). Os tiros atingiram a mesquita AlNoor, no centro da cidade, e a mesquita Linwood, que fica a cerca de cinco quilômetros da primeira.

ataque-a-tiros-em-mesquitas-na-nova-zelandia-deixa-diversos-mortos-ainda-nao-ha-detalhes-sobre-o-numero-de-vitimas-da-acao-na-cidade-de-christchurch-1552650216608_v2_300x400.jpgx Atirador gravou vídeo de ataque a mesquita na Nova Zelândia Imagem: Reprodução

De acordo com a polícia local, os agressores causaram 41 mortes na mesquita de AlNoor. Outras sete foram mortas em Linwood. Uma vítima foi declarada morta em um hospital.

A sequência de eventos ainda não está clara. O primeiro ataque foi na mesquita AlNoor, localizada no centro de Christchurch. O atirador teria atacado o salão de orações dos homens primeiro, e se dirigido para o das mulheres na sequência. Testemunhas contaram que precisaram correr para se salvar e viram pessoas sangrando no chão do lado de fora do prédio.

Imagens divulgadas nas redes sociais, aparentemente gravadas por um atirador, mostram ele se dirigindo para a mesquita AlNoor, entrando e atirando aleatoriamente contra pessoas. Ele passou mais de dois minutos dentro da mesquita. Em seguida, foi para a rua, onde atirou contra pedestres. Gritos de crianças podem ser ouvidos à distância enquanto o atirador volta ao carro para pegar outro fuzil.

Ele retorna à mesquita, e as imagens mostram muitos corpos deitados no chão --mortos ou feridos. Depois de uma nova rodada de tiros, o atirador sai da mesquita, atira em uma mulher e retorna para seu carro-- em seguida, a transmissão é cortada.

As mesquitas estavam repletas de fiéis para as orações de sexta-feira, a oração de Jumu'ah.

Um homem que disse que estava na mesquita AlNoor relatou à imprensa que o atirador era branco, loiro e usava um capacete e um colete à prova de balas. O homem entrou na mesquita enquanto os fiéis se ajoelhavam para orar.

Ele tinha uma arma grande. Ele veio e começou a atirar em todos na mesquita, em todos os lugares

Testemunha do ataque, que pediu anonimato e contou que conseguiu escapar com outros após romper uma porta de vidro.

Ainda há poucos detalhes sobre a dinâmica do ataque na mesquita de Linwood e não se sabe se o atirador que atacou Al Noor foi o mesmo que atirou em Linwood.

"Fiquem em casa"

As autoridades elevaram o alerta de terrorismo para o nível mais alto. As forças de segurança ordenaram o fechamento de todas as mesquitas do país por segurança, enquanto os colégios e edifícios públicos de Chrischurch também estão fechados.

"A polícia está respondendo com toda a sua capacidade para administrar a situação, mas o risco continua extremamente alto. A polícia recomenda que os moradores de Christchurch permaneçam fora das ruas e dentro de suas casas até novo aviso", disse o comissário de polícia, Mike Bush.

Caso incomum no país

Tiroteios em massa são raros na Nova Zelândia, que reforçou suas leis armamentistas para restringir o acesso a fuzis semiautomáticos em 1992 - dois anos depois que um homem, que teve diagnosticado doença mental, matou 13 pessoas na cidade de Aramoana após uma discussão com um vizinho.

No entanto, qualquer pessoa com mais de 16 anos de idade pode solicitar uma licença padrão de armas de fogo depois de completar um curso de segurança, o que lhes permite comprar e usar uma arma sem supervisão.

(Com informações da Reuters, EFE, DW e AFP)

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