Procurador-geral de Israel diz que indiciará Netanyahu por corrupção

O procurador-geral de Israel disse nesta quinta (26) que pretende indiciar o premiê Binyamin Netanyahu por corrupção. A decisão foi anunciada seis semanas antes das eleições nacionais.

Netanyahu é alvo de três investigações. Segundo as suspeitas, a empresa de telecomunicações Bezeq, a maior do país, recebeu benefícios em troca de fazer uma cobertura positiva do primeiro-ministro no site de notícias de sua subsidiária, Walla. ​

Nos outros dois casos, o premiê é acusado de aceitar presentes de bilionários no valor de US$ 264 mil (cerca de R$ 988 mil), como charutos e bebidas, e de oferecer benefícios a um jornal em troca de uma cobertura positiva. 

Ele pode ser condenado a até dez anos de prisão por receber propina e outros três anos por fraude. É a primeira vez que um premiê israelense é alvo de um processo por corrupção enquanto ocupa o cargo.

Em dezembro, a polícia israelense havia recomendado o indiciamento de Netanyahu. A decisão cabe ao procurador-geral Avichai Mandelblit, que anunciou nesta quinta sua intenção de seguir com o processo. 

O indiciamento ainda depende da realização de uma audiência, na qual o premiê poderá apresentar argumentos para que o procurador-geral não prossiga com a acusação. A audiência ainda não tem data marcada, mas só poderá ser realizada após as eleições, em 9 de abril. 

O premiê disse ser vítima de uma perseguição política que procura influenciar as eleições. "Não há nada [nas acusações]. Este castelo de cartas vai cair", afirmou, em discurso na TV nesta quinta-feira. 

Netanyahu, 69, está há 13 anos no comando do país e busca conquistar o quarto mandato seguido. A votação foi antecipada após o Congresso ser dissolvido no final de dezembro.

O premiê visitou o Brasil no fim de 2018, quando se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Ele também compareceu à posse em Brasília, em 1º de janeiro. 

A aproximação ocorreu após Bolsonaro declarar que iria transferir a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, gesto que agradou o governo israelense mas despertou incômodo em países árabes. 

No entanto, a troca de cidade ainda não foi realizada. No fim de janeiro, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que o governo não avaliava fazer a transferência. "O Estado brasileiro, por enquanto, não está pensando em nenhuma mudança de embaixada", disse Mourão, no fim de janeiro. 

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