Próximo ministro da Defesa tem experiência de relação com Congresso
Anunciado nesta terça (13) como o futuro ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, 64, tem trânsito com o Congresso e com autoridades do Executivo, além de recentemente ter trabalhado no STF (Supremo Tribunal Federal) como assessor do presidente, Dias Toffoli.
Azevedo e Silva foi chefe da assessoria parlamentar do Comando do Exército de 2003 a 2004, o que permitiu um relacionamento cotidiano com deputados e senadores.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), por ser um dos parlamentares que representavam interesses dos militares no Congresso, era um interlocutor frequente da assessoria parlamentar do Exército.
Vinculada ao gabinete do comandante do Exército, a assessoria acompanha e defende matérias de interesses da Força no Congresso. Antes, de 1990 a 1993, durante o governo de Fernando Collor, Azevedo e Silva havia trabalhado na Casa Militar da Presidência, hoje denominada GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
Um dos 15 generais "quatro estrelas" do Alto Comando do Exército e atual chefe do Estado-Maior do Exército, mesma função ocupada por Azevedo e Silva até março passado, o general Paulo Humberto Cesar de Oliveira, disse que a escolha do novo ministro foi uma ótima notícia para a Força.
Para Oliveira, a escolha de mais um oficial do Exército para compor o governo de Jair Bolsonaro —há um general da reserva vice-presidente, Antônio Mourão, e outro no GSI, Augusto Heleno— não vai afetar o equilíbrio entre Exército, Marinha e Aeronáutica.
"Não houve disputa. A preocupação é nos manter afastados de toda essa fase para a gente desgrudar o máximo a imagem do governo do das Forças Armadas. O governo Bolsonaro não é um governo militar", disse o general.
A expectativa de que Azevedo e Silva terá um bom relacionamento com Marinha e Aeronáutica vem de seu trabalho na organização de grandes eventos, como a Olimpíada de 2016, o que exigia uma boa comunicação com outras áreas. Azevedo e Silva foi, durante o governo Dilma, nomeado presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), uma autarquia vinculada ao Ministério dos Esportes.
O futuro ministro conhece Bolsonaro desde os anos 70, da época do paraquedismo no Exército. Azevedo e Silva é de uma turma um ano mais antiga que a de Bolsonaro, mas o ambiente de convívio era a Vila Militar do Rio. Azevedo e Silva fez o curso básico de paraquedista em 1976 e se tornou mestre de salto em 1979.
Um ponto que aproxima os dois são os esportes. Nos anos 70 e 80, Azevedo disputava partidas de vôlei em competições militares, e Bolsonaro praticava o pentatlo militar.