PSDB teve responsabilidade com o governo Temer, diz Alckmin a rádio
O PSDB teve responsabilidade com o governo de Michel Temer (MDB), avaliou nesta segunda (30) o pré-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, em entrevista ao programa O É da Coisa, de Reinaldo Azevedo, na rádio Band News.
O jornalista perguntou a Alckmin se os tucanos tinham "se comportado bem" com o Planalto. Também indagou se o tucano não enfrentaria a fama de ser um "candidato do B" do governo Temer, mas sem contar com o horário de TV e com a base do MDB.
Alckmin anunciou em meados de julho sua coligação com os partidos do centrão (PR, PRB, PP, DEM e Solidariedade), que detêm pastas na Esplanada. Na entrevista, defendeu a aliança para assegurar a governabilidade.
"[O PSDB] votou na crise grave que o país estava. Entendeu —e foi perfeitamente constitucional— o impeachment. Tendo votado o impeachment, teve responsabilidade com o novo governo. Não precisa participar, ter ministro A, B, C ou D", disse o presidenciável, que também preside a legenda.
O PSDB tem o Ministério das Relações Exteriores, ocupado pelo senador Aloysio Nunes (SP).
No ano passado, Alckmin se indispôs com Temer por não ter atuado em favor do presidente publicamente nas duas vezes em que o emedebista foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República. A hipótese de desembarque do governo gerou discórdia entre tucanos.
Ao falar sobre a votação da aceitação da denúncia pela Câmara, o ex-governador disse que defende uma mudança da legislação para que o Legislativo não tenha de votar pela continuidade de inquéritos contra o presidente da República, assim como acontece com governos estaduais e municipais.
Por outro lado, o chefe do Executivo não precisaria mais ser afastado em caso de denúncia pelo Ministério Público.
"Defendo que não precisa ter autorização e afastamento. Afasta se for condenado. Se tiver maioria, durante dois anos não vai ter investigação nenhuma. Do outro lado, não tem sentido afastar seis meses, às vezes por denúncia que se comprova que não era verídica."
Alckmin também afirmou nessa mesma entrevista que, se vencer a eleição de outubro, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo chegará ao patamar de 100 mil pontos: "Se nós ganharmos a eleição —modéstia à parte— a bolsa vai para 100 mil pontos, vai ter investimento e o país volta a crescer".
Caso seja eleito, ele disse que vai reduzir o Imposto de Renda sobre as empresas para estimular investimentos, além de buscar desburocratizar e destravar a economia.
O presidenciável voltou a falar que, caso chegue ao Palácio do Planalto, zerará o déficit primário em até dois anos. A previsão de rombo nas contas públicas para este ano é de R$ 139 bilhões.
"Eu vou reduzir o imposto chamado corporativo, que é o imposto de renda da pessoa jurídica, que é o que o Trump fez nos Estados Unidos. Com isso você estimula investimento."
Com informações da Reuters