Rei saudita ordena investigação interna sobre jornalista desaparecido
O rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdul-Aziz al-Saud, ordenou nesta segunda-feira (15) que seja aberta uma investigação interna em torno do desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi no consulado do país em Istambul.
As buscas no consulado, que serão feitas por uma equipe conjunta da Turquia com a Arábia Saudita, estão previstas para a tarde desta segunda, afirmou à Reuters uma fonte diplomática turca.
Na semana passada, os dois países concordaram em trabalhar juntos na investigação sobre o que aconteceu com Khashoggi, que era crítico das políticas de seu país.
“O rei ordenou que o promotor público abra uma investigação interna sobre o assunto de Khashoggi com base nas informações da equipe conjunta de Istambul”, disse à Reuters uma autoridade saudita, que não tem autorização para dar declarações públicas,
Questionado sobre quando o promotor fará um pronunciamento sobre a investigação, a fonte respondeu: “Ele foi instruído a trabalhar com rapidez”.
Crítico da monarquia do golfo Pérsico e colaborador do jornal americano Washington Post, Khashoggi não é visto desde que entrou na representação diplomática no dia 2 para conseguir documentos para seu casamento. O regime saudita afirma que o jornalista deixou o prédio, mas não ofereceu provas.
O caso provocou indignação internacional, com o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçando com uma “punição severa” caso se comprove que Khashoggi foi morto dentro do consulado e aliados europeus pedindo uma “investigação confiável”.
A Arábia Saudita respondeu dizendo que haverá retaliações a qualquer sanção ou pressão econômica.
Na sexta-feira (12) o Washington Post publicou que autoridades turcas informaram aos EUA que obtiveram gravações de áudio e vídeo que mostram o interrogatório, a tortura, a morte e o esquartejamento do corpo do jornalista saudita no consulado em Istambul.