Riscos de política econômica afetam Brasil em meio a dúvidas sobre Previdência, diz Fitch
As pressões negativas sobre ratings da América Latina têm se acumulado ao longo dos últimos seis meses, afirmou a agência global de classificação de riscos Fitch em relatório divulgado nesta terça-feira (16), com o Brasil entre os países envoltos em riscos políticos e de política econômica em meio a dúvidas sobre a aprovação da reforma da Previdência.
A agência previu uma aceleração do crescimento econômico do Brasil, mas para "apenas" 2,1% em 2019. Apesar de citar, em nota, as reformas econômicas anunciadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro como forma de melhorar o cenário fiscal, com destaque para a da Previdência, a Fitch levanta dúvidas sobre a aprovação da proposta pelo Congresso.
"Fracassar em aprovar a reforma previdenciária poderia afetar perspectivas de investimento e recuperação e elevar incertezas sobre dinâmicas da dívida pública no médio prazo", disse a agência.
Os riscos políticos e direcionamento da política econômica continuam como incertezas fundamentais em vários países da América Latina, de acordo com a agência, que destaca México, Peru e Chile entre os países que devem sofrer desaceleração moderada em seu crescimento econômico, enquanto as contrações anuais na Argentina e na Venezuela devem prosseguir, avaliou a Fitch.
Na contramão, a agência previu intensificação do crescimento econômico na Colômbia, para 3,3% em 2019.