Rival do Palmeiras tem pior fase após título inédito e bênção do Papa
No instante em que Sandro Meira Ricci apitou o final de jogo naquele 13 de agosto de 2014, o Club Atlético San Lorenzo de Almagro, com a vitória por 1 a 0 sobre o Nacional (PAR), no Nuevo Gasómetro, conquistava sua primeira Copa Libertadores na história.
Uma semana depois, dirigentes do clube, o técnico Edgardo Bauza e atletas importantes como o capitão Mercier e o lateral Buffarini levavam a taça do torneio para a apreciação do Papa Francisco, torcedor e espécie de mentor espiritual do momento mais glorioso da instituição.
Nesta segunda-feira (1º), dia do aniversário de 111 anos do clube e véspera do confronto com o Palmeiras, pela Libertadores, em Buenos Aires, não há muito o que comemorar.
O empate em casa por 1 a 1 diante do Gimnasia y Esgrima, no último sábado (30), deixou a equipe do técnico Jorge Almirón com apenas 22 pontos, na 21ª colocação. Porém, em razão de uma punição da AFA (Associação do Futebol Argentino), o clube perderá seis pontos ao término da competição, ou seja, encerrará a liga na lanterna, com 16 pontos.
Nem mesmo uma vitória na próxima rodada, a última do torneio, arrancará o time do fundo da tabela.
A perda de pontos foi anunciada pelo Tribunal de Disciplina da Superliga alegando irregularidades na apresentação dos informes relativos aos contratos de atletas.
Segundo o presidente Matías Lammens, a ação da Superliga se deu por conta da revisão de alguns contratos do elenco que estavam em dólar. O clube irá apelar da perda de pontos.
"A desvalorização [do dólar] no país fez com que tivéssemos de refinanciar os contratos. Isso acontece no futebol ou em qualquer outra atividade. Mas entendem que há uma violação no regulamento. A sanção aconteceu porque não foram pagas na primeira data estabelecida, mas se resolverá. Estamos otimistas com a apelação, porque temos argumentos válidos", disse Lammens.
Além dos seis pontos, o San Lorenzo foi impedido de contratar jogadores na próxima janela de transferências da Argentina, que abre no fim de maio, em meio à pausa na Libertadores para a disputa da Copa América do Brasil.
No campo, a situação é tão ruim quanto fora dele. No último dia 13 de março, os comandados de Jorge Almirón encerraram uma sequência de quase cinco meses (e 15 partidas) sem vitória com o triunfo por 1 a 0 sobre o Junior Barranquilla (COL), que levou a equipe a quatro pontos no torneio continental.
O clube coloca suas fichas em uma boa campanha na fase de grupos da Libertadores para salvar o ano.
Apesar de já não ter como deixar a última colocação da Superliga, a equipe não será rebaixada. Na Argentina, voltou a ser utilizado o sistema chamado Promedio, que calcula a média de pontos das últimas três temporadas.
Esse sistema de médias gera uma tabela que define o rebaixamento. O San Lorenzo ainda corre poucos riscos porque nos últimos dois campeonatos somou 50 e 53 pontos, respectivamente, garantindo a sétima colocação no Promedio. Mas os 16 somados na atual Superliga poderão atrapalhar o clube nos anos seguintes. Ainda mais sem poder contratar reforços na próxima janela.