Saiba qual tipo de fundo multimercado tem se destacado em 2018

Nos últimos oito anos os fundos multimercados foram um dos melhores investimentos do mercado brasileiro, quando se avalia o retorno ajustado ao risco. Mas você sabe qual  tipo tem apresentado os melhores resultados recentemente? Antes de responder a essa pergunta, vamos comparar esse investimento com outros usuais no Brasil.

O gráfico abaixo apresenta o retorno desde 2010 do CDI (azul), Ibovespa (vermelho), IMAB5+ (laranja), IHFA (verde). O IHFA e o IMAB5+ são índices calculados pela Anbima e representam, respectivamente, a média dos fundos multimercados, e dos títulos referenciados ao IPCA com vencimento maior que cinco anos. Este último índice inclui os famosos títulos Tesouro IPCA disponíveis na plataforma do Tesouro Direto.

Evolução dos principais índices de investimentos desde 30/12/2010 (Fonte: Quantum Axis).

Avaliando o gráfico, percebe-se que o Ibovespa foi um dos piores investimentos neste prazo. Ele rendeu apenas 14,3% desde 30/12/2010 até o final de julho. O CDI no mesmo período se valorizou 113,3%. O IHFA e o IMAB5+ superaram o CDI e apresentaram retorno de 137,4% e 137,8%, respectivamente. Como é usualmente informado, a variação relativa desses últimos índices foi de 121,3% e 121,6% do CDI, respectivamente.

Apesar do retorno do índice de fundos multimercados ter sido ligeiramente abaixo da média dos títulos referenciados ao IPCA de longo prazo, o risco do primeiro é significativamente menor. Reforço que as rentabilidades dos fundos já são líquidas de todas as taxas.

O risco pode ser avaliado pela observação do comportamento do gráfico. A linha que representa o IMAB5+ tem uma variação mais acentuada para cima e para baixo em relação à do IHFA. Isso quer dizer que o investimento em fundos multimercados, na média, proporciona uma menor probabilidade de perda em intervalos de tempo.

Embora o IHFA tenha apresentado excelente desempenho nos últimos oito anos, uma específica categoria de fundos multimercados tem apresentado especial destaque no ano de 2018.

Segundo o critério da Anbima, os fundos multimercados são classificados em onze categorias. A classificação é realizada conforme a estratégia definida pela política de investimentos do produto. Para entender melhor o que faz cada tipo, confira a cartilha da Anbima.

A rentabilidade dos onze tipos de fundos multimercados, juntamente com a do CDI, é apresentada no gráfico abaixo.

Rentabilidade dos onze tipos de fundos multimercados e do CDI em 2018 (Fonte: Anbima).

Os fundos da categoria Long and Short apresentam quase o dobro da variação do CDI em 2018 e se destacam dentre seus pares. Adicionalmente, os fundos desse tipo costumam ter um risco menor que a média de seus pares. Portanto, seu retorno ajustado ao risco se destaca ainda mais.

Curiosamente, os investidores preferiram concentrar seus investimentos na categoria Macro. Pelo gráfico abaixo, verifica-se que os fundos Long and Short na verdade tiveram resgate líquido e foram o terceiro pior em captação em 2018 até o final de julho, apesar de seu bom desempenho.

Captação líquida dos onze tipos de fundos multimercados em 2018 (Fonte: Anbima).

Reforço que apesar do desempenho mais acentuado dos fundos Long and Short, o ideal é diversificar em mais de uma estratégia para mitigar o risco de oscilação dos mercados.

Os fundos da categoria Livre são uma alternativa, caso não seja possível dividir a aplicação em mais de um fundo. Este tipo não tem concentração em uma estratégia específica e é uma forma de diversificar nas estratégias com um só fundo.

Michael Viriato é professor de finanças do Insper e sócio fundador da Casa do Investidor.

 

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