Suspeito de ataque na Flórida tinha jogadores como alvo, diz xerife

David Katz, 24, suspeito do ataque a tiros em um campeonato de videogame neste domingo (26) em Jacksonville, Flórida, comprou as armas que portava duas semanas antes da ação, informou nesta segunda (27) o xerife Mike Williams.

Duas pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas no ataque. Katz, morador de Baltimore, Maryland, cometeu suicídio.

Os mortos foram identificados como Elijah Clayton, 22, de Woodland Hills, Califórnia, e Taylor Robertson, 28, de Giles, Virgínia Ocidental.

Nesta segunda, Williams deu mais detalhes sobre o crime. Ele afirmou que Katz tinha duas armas, uma com calibre .45 e outra 9mm, mas que só usou uma delas. Sem especificar qual, o xerife afirmou que em uma havia um laser acoplado.

O atirador carregava também munição extra. Ambas as armas foram compradas legalmente duas semanas antes em Baltimore, disse Williams.

O xerife disse ainda que o atirador tinha como alvos os jogadores que participavam do campeonato do jogo Madden 19, de futebol americano, em um bar no Jacksonville Landing, um complexo de lojas e restaurantes que tinha cerca de 130 pessoas no momento do crime.

Williams afirmou que Katz entrou no local e se dirigiu diretamente à área onde ocorria o torneio. Lá, abriu fogo contra os outros jogadores antes de se matar. “Por pior que tenha sido, poderia ter sido muito pior”, afirmou o xerife.

O FBI (polícia federal americana) participa das investigações. Os pais de Katz estão colaborando com os agentes, afirmaram as autoridades.

Dos 11 feridos, dez foram baleados e um se machucou durante a fuga.

Katz venceu a competição do jogo Madden 17, realizada em 2017. Neste ano, ele teria perdido a disputa para um jogador. Os policiais ainda investigam as motivações para o ataque.

Um vídeo que circulou na internet mostra o momento em que supostamente o atirador inicia o atentado. Vários disparos são ouvidos, assim como gritos, e a transmissão online do campeonato é interrompida.

A agência de notícias Associated Press obteve documentos judiciais que mostram que Katz já tinha sido hospitalizado por doença mental.

Papéis de divórcio dos pais do atirador mostram que, quando ele era adolescente, ele foi internado duas vezes em clínicas psiquiátricas. Katz recebeu receita de antipsicóticos e antidepressivos.

Foi o mais recente ataque a tiros com mortos nos Estados Unidos.

Em maio, o adolescente Dimitrios Pagourtzis, 17, entrou em uma escola na cidade de Santa Fé, no Texas, portando um revólver e uma espingarda e matou dez pessoas. Outras dez ficaram feridas. Três meses antes, um ex-aluno de 19 anos matou 17 pessoas em uma escola em Parkland, na Flórida.

O ataque traz à tona a discussão sobre o controle de armas nos Estados Unidos.

A segunda emenda da constituição americana prevê o direito do cidadão de manter e portar armas de fogo. Em março, um mês depois do massacre de Parkland, Trump afirmou que “a segunda emenda nunca será revogada”.

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