'Telenovela' do habeas corpus de Lula é 'rebuliço bizarro'
O esquerdista Jean-Luc Mélenchon, líder da oposição na França, queria festejar o habeas corpus de Lula, mas se segurou e tuitou com interrogação: “Victoire?”.
O francês Le Monde, com foto do petista na home page, chamava para o “Imbróglio em torno da ordem de libertação de Lula”. No canal de notícias France24, a correspondente Fanny Lothaire falava em “verdadeira telenovela”.
Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept, escreveu que “até para o Brasil o que está acontecendo é bizarro: Uma guerra de decisões sobre se será obedecida a ordem original de libertação”.
O New York Times publicou no site ao menos sete textos diferentes, com enunciados conflitantes, fixando na chamada da home a expressão “rebuliço legal”.
Em Portugal, os correspondentes do Público relataram o “braço-de-ferro” que pegou “de surpresa os meios políticos, jurídicos e jornalísticos”, acrescentando: “Aguardam-se as cenas do próximo capítulo”.
‘LULA FOREVER’
A cobertura da candidatura do petista prosseguiu nesta semana, no exterior. O francês Le Figaro, entre outros, noticiou a carta com o anúncio oficial, sob o título “Da prisão, Lula continua mirando a Presidência”.
O Financial Times (reproduzido acima) enviou dois correspondentes a Caruaru, no agreste pernambucano, para longa reportagem sobre “o poder da imagem” no Brasil, ilustrada pela foto célebre de Lula cercado de apoiadores, ao ser preso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
E a revista Americas Quarterly despachou Richard Lapper, ex-FT, a Salvador, na Bahia, para a reportagem “É Lula para sempre no Nordeste do Brasil”.
SÓ ACABA QUANDO TERMINA
O FT, após noticiar a compra da Embraer, avisa que pode não dar certo. Primeiro tratou em coluna jurídica: “O negócio decolou? Na verdade, não. A parte interessante do press release foi o que faltou: a bênção do governo”.
E no domingo levou à home page que o “Negócio enfrenta incerteza política”. O preço pago foi “menor que o esperado, mas esse pode ser o menor dos problemas”. Diz que Jair Bolsonaro dá sinais de apoiar, mas Ciro Gomes, não. E ouve, da Vertical Partners: “Só acaba quando termina”.
DEPENDE DE QUEM VENCER
Também o Wall Street Journal agora põe em dúvida. Na reportagem “Negócio Boeing-Embraer enfrenta rechaço político no Brasil”, cita o apoio de Bolsonaro, os questionamentos de Ciro e de Gleisi Hoffmann, do PT, e as acusações de que a venda foi anunciada às escondidas, em meio à Copa.
E encerra citando, de um estrategista da Upside Investor: “Depende de quem vencer em outubro”.
‘A MONTANHA DOS SETE ABUTRES’
Como no filme de 1951, clássico sobre o jornalismo, manchetes e imagens deste domingo (8) ao redor do mundo, do New York Times (acima) ao South China Morning Post, se voltaram para os "garotos tailandeses", agora "ameaçados pelas chuvas das monções".