Temporal deixa 7 mortos | Corpos de avó, neta e motorista são achados em táxi soterrado no Rio

O Corpo de Bombeiros resgatou três corpos encontrados hoje em um carro soterrado na zona sul do Rio. São um taxista, uma avó e sua neta que saíam de um shopping na zona sul durante o temporal que caiu na cidade ontem.

Às 21h45, a astróloga Lúcia Xavier Sarmento Neves, 64, e a neta dela, Júlia Neves, 6, deixaram o Shopping Rio Sul, em Botafogo, e entraram no táxi de Marcelo Tavares Marcelino. Eles foram surpreendidos por um deslizamento de terras na avenida Carlos Peixoto, a poucos metros do estabelecimento comercial.

Com isso, o número de mortos chega a 7, e uma pessoa segue desaparecida. O Rio de Janeiro está desde ontem à noite em estágio de crise, e a cidade sofre os efeitos dos alagamentos e interdições que ainda persistem.

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UOL Notícias Mais quatro vítimas

Leandro Ramos Pereira, 40, morreu depois de ter sido eletrocutado no bairro de Santa Cruz, na zona oeste da cidade. Ele chegou a ser atendido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da comunidade do Cesarão, que fica no bairro, mas não resistiu.

Ele teria sido atingido por uma corrente elétrica ao tentar limpar a sua casa, inundada pela chuva. A mulher dele está hospitalizada, mas não foram divulgados detalhes sobre o estado de saúde dela.

Foram confirmadas também três mortes na zona sul da cidade nesta manhã: as irmãs Doralice Nascimento, 55, e Gerlaine Nascimento, 53, que foram soterradas após um deslizamento de terra no Morro da Babilônia, e um homem identificado como Guilherme Fontes, 30, encontrado no bairro da Gávea. Ele teria se afogado após cair de uma moto.

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UOL Notícias Desaparecido na Babilônia

No morro da Babilônia, na zona sul, onde duas mortes foram confirmadas após um deslizamento, os bombeiros procuram por Gilson Cezar Cerqueira, 42 --que estava no mesmo imóvel onde as vítimas foram soterradas.

Segundo a família de Gilson, uma árvore caiu sobre a residência fazendo com que ela desmoronasse. A cunha de Gilson, Cristiane Cerqueira, 42, disse que vizinhos garantiram que o parente estava no imóvel.

"A família está na expectativa que ele esteja com vida, esteja conseguindo respirar mesmo debaixo dos escombros. Temos fé. Três pessoas viram ele indo para a casa. Se não estivesse lá, ele já teria mandado notícias. Com certeza estaria no local ajudando, pois ele era muito prestativo", afirmou a cunhada ao UOL.

Gilson trabalha na comunidade carregando materiais de construção. Ele mora há mais de 20 anos no morro da Babilônia e há dois anos neste imóvel, na rua da Caixa D'água.

As outras duas vítimas na região são duas irmãs. Elas foram identificadas como Gerlaine Nascimento, 53, e Doralice Nascimento, 55.

Em entrevista à TV Globo, a filha de Gerlaine explicou que a família morava no mesmo endereço, que era dividido em três casas.

"Eram três casas no mesmo endereço, a primeira era da minha mãe, a do meio é a da minha avó e por último da minha tia", contou. "Minha mãe estava na casa que desabou. Não sobrou nada", disse.

"O que me deixa revoltada é de ter acontecido isso, sendo que poderia ter sido evitado", disse a jovem. "Tem pessoas que estão sem casa, sem poder voltar para casa, tem crianças que foram soterradas e eu queria que houvesse justiça para essas famílias".

Sirenes não foram acionadas na Babilônia

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), reconheceu que as sirenes de emergência da prefeitura não chegaram a ser acionadas no local, pois as águas no morro da Babilônia não chegaram ao nível mínimo para que o alarme fosse disparado e as pessoas buscassem outro abrigo.

"Não tocou sirene na Babilônia porque os pluviômetros marcaram 35 mm de chuva. Era para tocar com 55 mm. Revemos o protocolo e depois descemos para 45. Na Babilônia, chegamos a 39 mm. Não era uma chuva que inspirava riscos maiores [no local]", disse o prefeito durante entrevista coletiva realizada nesta manhã.

No total, 39 sirenes foram acionadas em 21 comunidades e áreas de riscos de deslizamentos, segundo a prefeitura.

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