Time que deixa o outro jogar é frouxo, e geralmente perde

O Corinthians perdeu seus principais jogadores, e colocam a culpa no técnico Osmar Loss. Querem que ele faça milagres, como teria feito Fábio Carille, o que não é verdade. Além disso, Tite e Carille saíram e levaram vários membros da comissão técnica. Nesta quarta, com chances iguais, o Corinthians, com a desvantagem de um gol, disputa a vaga nas quartas da Libertadores, contra o Colo-Colo.

No clássico brasileiro pela Libertadores, será uma surpresa se o Cruzeiro, com dois gols de vantagem, for eliminado pelo Flamengo. Se for para os pênaltis, será um duelo entre dois grandes especialistas, Fábio e Diego Alves. O Cruzeiro deve manter a estratégia de marcar muito para depois atacar. Mano Menezes conseguiu fazer com que Robinho e Arrascaeta, pelos lados, voltem rapidamente para defender, o que antes não acontecia.

O Cruzeiro, pelo bom elenco que tem, mesmo na disputa de três competições, não deveria estar em sétimo lugar no Brasileiro, 15 pontos atrás do líder.

Da mesma forma, o São Paulo merecia ter sido criticado pela eliminação na Copa Sul-Americana para o modesto Colón, da Argentina. O futebol brasileiro chegou ao absurdo de muitos acharem bom quando um grande time é eliminado de uma competição para se dedicar a outra.

O Flamengo vai tentar pressionar e tomar conta do jogo, priorizando, como é habitual, as triangulações pelos lados, com Paquetá, Rodinei e Éverton Ribeiro, pela direita, e Diego, Vitinho e Renê, pela esquerda.

Henrique Dourado, que tem enormes dificuldades para dominar e passar a bola, fundamentos básicos no futebol, fica ainda pior isolado, como ocorre com a maioria dos centroavantes brasileiros, já que os meios-campistas atuam muito longe da área, e os jogadores pelos lados, muito abertos.

Por isso, muitos times europeus têm jogado com dois atacantes ou com um meia mais ofensivo e mais próximo do centroavante. Thiago Neves faz mais ou menos isso no Cruzeiro.

No meio de semana, Lucas Moura fez dois gols pelo Tottenham contra o Manchester United, atuando pelo meio e ao lado de Harry Kane. No Paris Saint-Germain, Neymar tem jogado mais pelo meio, entre os armadores e o centroavante Edinson Cavani.

O Palmeiras, que tem o melhor elenco do Brasil, deve confirmar sua vaga nas quartas de final. O time tem jogado com formações diferentes a cada jogo. Em várias posições, não sei quem é o melhor nem quem é o titular.

Assim como existe uma badalação a Felipão antes da hora, pelos bons resultados do time, há uma crítica exagerada ao técnico por usar métodos ultrapassados de jogar, com muitos chutões, bolas aéreas e excessiva marcação. O Palmeiras atua mais ou menos no mesmo estilo de São Paulo, Internacional, Cruzeiro e várias outras equipes do Brasil e da Europa.

É essencial marcar bem, pressionando quem está com a bola, seja mais à frente, mais atrás ou em uma posição intermediária. Time que deixa o adversário receber a bola livre é frouxo e, geralmente, perde. 

A marcação forte é uma parte importante do jogo, porém, tão fundamental e muito mais fascinante é, quando recuperar a bola, tratá-la com carinho, imaginação, técnica e eficiência.

Para isso, não bastam palavras bonitas, revolucionárias, românticas e de amor à arte de jogar futebol. É necessário conhecimento, preparação técnica, saber planejar, executar e explicar porque fez. O saber tem de ser compartilhado.

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