Tradicional e premiado, Jornal do Commercio, do Recife, completa 100 anos
O Jornal do Commercio, do Recife, um dos jornais impressos mais tradicionais do Nordeste, celebra cem anos de funcionamento nesta quarta-feira (3).
Para marcar o centenário, o Jornal do Commercio, junto à ANJ (Associação Nacional de Jornais), promove na quarta uma conversa com diretores de redação do Zero Hora (RS), Correio do Povo (RS), Gazeta do Povo (PR), Correio da Bahia (BA), Gazeta do Espírito Santo (ES), O Povo (CE) e Diário do Nordeste (CE).
O primeiro exemplar do Jornal do Commercio circulou no dia 3 de abril de 1919, com 12 páginas, composto em linotipo, processo de impressão utilizado na época. Trazia uma única foto na primeira página: Epitácio Pessoa, candidato a presidente da República.
Reerguido após ser comprado pelo empresário João Carlos Paes Mendonça, o periódico acumulou prêmios nacionais e conseguiu se consolidar como líder de circulação e de número de assinantes na região.
Nos últimos 30 anos, conquistou, entre outros, 12 prêmios Esso, quatro Vladimir Herzog e dezenas de concursos jornalísticos locais e regionais.
Em 2009, o jornal venceu a categoria nacional do Esso com o caderno especial "Os Sertões", que marcou o centenário da morte do jornalista e escritor Euclides da Cunha.
Neste mesmo ano, também venceu o prêmio na categoria de melhor fotografia com a imagem de uma criança que ficou cega por causa da desnutrição.
Dois anos depois, uma reportagem sobre os vários problemas sociais e econômicos do arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, intitulada “O paraíso às avessas”, levou o Jornal do Commercio a ganhar o Esso regional.
No ano seguinte, com o caderno especial “Reencontros”, que narrava as mudanças ocorridas na vida de personagens já entrevistados pelo jornal ao longo dos anos, ganhou novamente a premiação.
Ao longo da história, passou por diversas crises e chegou a deixar de circular, em 1987, por 40 dias.
Nesta terça, também como parte das comemorações dos cem anos, no auditório do Jornal do Commercio, haverá uma palestra com o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto.
“Estamos vivendo um tempo bastante tumultuado em razão das fake news. Entendemos, por óbvio, que o que faz a diferença é a marca do jornal. A marca sempre será o grande balizador”, aponta o diretor de Redação do Jornal do Commercio, Laurindo Ferreira.
Ele destaca a criação, em 2014, da TV JC (hospedada no site do jornal, por exemplo, com entrevistas ao vivo), como mais uma forma importante de levar informação ao público. “O grande desafio nosso não é ficar se agarrando a um modo de entrega de conteúdo. O consumidor é quem diz como quer receber”.
Na redação do Jornal do Commercio, há 82 jornalistas. O sistema como um todo emprega 682 profissionais, incluindo rádio, internet e televisão, essa última afiliada do SBT.