Tragédia na Grande SP | Massacre em escola

Duas pessoas encapuzadas efetuaram disparos dentro de uma escola em Suzano (Grande São Paulo) matando ao menos oito pessoas na manhã de hoje, segundo informações da Polícia Militar. Os dois atiradores cometeram suicídio, totalizando em dez o número de mortos na ação.

Entre os mortos, estão ao menos quatro alunos do ensino médio e dois funcionários da Escola Estadual Professor Raul Brasil, além dos dois atiradores. Outras duas pessoas morreram no hospital e ainda não se sabe se eram alunos ou funcionários. Também não se sabe o que motivou o crime nem a identidade dos mortos, que só será informada pelo governo do estado após as famílias serem notificadas.

Segundo o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Marcelo Salles, os assassinos aparentavam ter entre 20 e 25 anos.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi até o local do massacre e disse que, de acordo com a diretora da escola, eles não seriam alunos do local.

"A cena mais triste que já assisti em toda minha vida e fico muito triste que este fato ocorra no nosso país e aqui em São Paulo", disse o governador.

O governo do estado informou que outras dez pessoas ficaram feridas. Pelo menos um estava em estado grave. Ainda não há informações sobre seus estados de saúde dos demais.

mapa-tiroteio-escola-suzano-v3-1552487713351_v2_300x300.pngx Imagem: Arte/UOL

A Escola Estadual Raul Brasil fica na rua Otavio Miguel da Silva, no bairro Parque Suzano. Segundo o Censo Escolar 2017, a unidade de ensino tem 105 funcionários e 1.067 alunos. Os estudantes são do 5º ano ao ensino médio, sendo a maioria alunos de ensino médio.

Como foi a ação

Segundo Salles, antes de chegar à escola, os dois atiradores atiraram contra o dono de um lava-rápido próximo a unidade de ensino. O homem foi socorrido para a Santa Casa de Misericórdia em Suzano, e passa por uma cirurgia.

Do lava-rápido, eles se dirigiram à escola. Um vídeo de uma câmera de segurança mostra os dois atiradores chegando na escola em um carro branco, em frente à entrada da unidade de ensino.

Eles entraram pela porta da frente, atiraram contra a coordenadora pedagógica e contra outra funcionária da escola. "Estava na hora do lanche. Eles se dirigiram ao pátio, atiraram em mais quatro alunos do ensino médio. Nesse horário, só tínhamos alunos do ensino médio", disse Salles.

Do pátio, os atiradores seguiram em direção ao centro de línguas. "Os alunos do centro de língua se fecharam na sala junto com a professora e eles [os atiradores] se suicidaram no corredor", concluiu.

Assassinos usaram revólver e besta

Ainda segundo Salles, os dois usaram um revólver calibre 38 e uma besta (espécie de arco e flecha disparado por um gatilho). Eles fizeram uso de quatro carregadores de munição, conhecidos como jet loaders.

"É uma ação vil, totalmente imponderada. Eu tenho 34 anos de serviço e não tinha visto ainda uma ocorrência com um artefato desse, a besta. Totalmente despropositado e imponderável", disse Salles.

Vídeo mostra corpos na escola

Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o interior da escola após o massacre. Nas imagens é possível ver pelo menos quatro corpos no chão, enquanto outros estudantes correm desesperados e gritando.

Fotos mostram também dois corpos que seriam dos atiradores. Um deles usava uma máscara de caveira, boné e roupas pretas, cinto e luvas. É possível ver uma besta ao lado dos corpos.

Testemunhas relatam pânico

Uma mulher que se identificou apenas como Andrea contou, em entrevista à GloboNews, que a filha de 15 anos estuda na escola e contou que era hora do intervalo, escutou um tiro e achou que era uma bomba.

"Aí [ela disse que] escutou outro tiro e ouviu gente falando: "corre, corre". Os alunos correram em direção ao banheiro, se tumultuaram lá e eles [os atiradores] não pararam de atirar", disse.

Um aluno que não foi identificado falou à CBN que viu um dos alunos parado em choque e que ele levou dois tiros, no peito e na barriga. "Eu só olhei para o meu irmão, peguei meu irmão e a gente só correu", contou.

*Colaborou Luís Adorno, do UOL em São Paulo.

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