Três mulheres são esfaqueadas em manifestação pró-aborto no Chile
O governo do Chile pediu nesta quinta-feira (26) a abertura de processo para investigar o esfaqueamento de três mulheres que participavam de uma manifestação pela legalização do aborto em Santiago na quarta-feira (25).
As vítimas foram atingidas por homens encapuzados que, no fim do ato na avenida Libertador Bernardo O’Higgins, a principal do centro, entraram em confronto com os carabineiros (policiais militares). Um agente ficou ferido.
Os organizadores do ato atribuíram a ação a grupos neonazistas, contrários à liberação da interrupção da gravidez de qualquer forma —no país é autorizada em caso de risco da morte da mãe, estupro e inviabilidade do feto.
O documento foi entregue ao Ministério Público pelo ministro do Interior, Andrés Chadwick. A governadora da região de Santiago, Karla Rubilar, condenou o ataque e prometeu tolerância zero contra este tipo de atos violentos.
A manifestação foi inspirada no movimento da Argentina, onde o Senado debate o tema em 7 de agosto. A Câmara aprovou a liberação do aborto em qualquer circunstância com até 14 semanas de gestação em 14 de junho.
Para as feministas chilenas, a atual lei é insuficiente por só atender 3% de todos os casos de aborto. Segundo dados do governo, registram-se 30 mil interrupções de gravidezes espontâneas e provocadas anualmente no país.