Trump chama mídia de 'inimigos do povo' após massacre em sinagoga

Os rabinos da sinagoga de Pittsburgh, na Pensilvânia, onde um atirador massacrou 11 pessoas no sábado pediram o fim aos discursos de ódio em prol da unidade e da tolerância nos EUA.

Em cerimônia interreligiosa na Universidade de Pittsburgh na noite de domingo (28), oradores responsabilizaram o discurso político tóxico pela criação de uma atmosfera que conduz à violência. O ato comelou com cantos por um coral gospel batista e incluíram falas de líderes religiosos cristãos e muçulmanos.

O atirador Robert Bowers, 46, invadiu a sinagoga Tree of Life durante o shabbat, na manhã de sábado, armado com um fuzil AR-15 e três pistolas e proferiu palavras antissemitas.

"Tudo começa com o discurso. Tem de começar com vocês como nossos líderes.  Minhas palavras não têm intenção de serem políticas. Me dirijo a todos igualmente. Parem com as palavras de ódio", afirmou, sob fortes aplausos,  o rabino Jeffrey Myers, que dirige a congregação da Tree of Life. 

"O que aconteceu ontem [sábado] não vai nos quebrar. Não vai nos arruinar. Vamos continuar a prosperar, a cantar, a louvar e a aprender juntos e vamos continuar nosso legado histórico na cidade com as pessoas mais amigáveis que já conheci", afirmou o rabino Jonathan Perlman.

Duas horas depois, o presidente Donald Trump se absolveu de responsabilidade e culpou novamente a mídia pelos problemas no país. 

"As Fake News estão fazendo tudo em seu poder para culpar os republicanos, os conservadores e a mim pela divisão e o ódio que estão acontecendo há tanto tempo no nosso país", escreveu Trump em uma rede social. "Na verdade, são suas reportagens Falsas & Desonestas que estão causando problemas maiores do que eles entendem!"

Nesta segunda (29), os ataques continuaram.

"Há uma raiva em nosso país causada em parte pelas reportagens incorretas, e mesmo fraudulentas. As Fake News Media, os reais Inimigos do Povo, devem parar com a hostilidade aberta e óbvia e reportar as notícias correta e justamente. Isso fará muito para apagar a chama da Raiva e do Ultraje e então vamos conseguir reunir todos os lados juntos em Paz e Harmony. As Fake News Devem Acabar!", escreveu o presidente. 

No sábado, Trump chegou a cogitar o cancelamento de um comício que faria naquela noite, mas acabou mantendo o compromisso.

O presidente afirmou ainda que, se a sinagoga mantivesse seguranças armadas, um massacre não teria acontecido.

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