Trump e Putin fazem duelo simbólico antes da cúpula
Imagem é tudo em política, e dois líderes ciosos disso fizeram um duelo curioso neste início de tarde em Helsinque (Finlândia).
Donald Trump já havia colhido a avaliação unânime de que entregara o ouro a Vladimir Putin ao postar mais cedo que a culpa pela má relação entre os países é dos americanos. Até o Ministério das Relações Exteriores retuitou a mensagem, dizendo “Nós concordamos”. Putin preparou então um golpe de graça simbólico logo à chegada da reunião de cúpula inédita entre os dois presidentes.
A reunião estava marcada para as 13h (7h em Brasília). Putin pousou em Helsinque nove minutos depois disso, saindo abruptamente do seu avião rumo ao palácio presidencial finlandês. Com isso, esperava deixar Trump esperando, fazendo as vezes de anfitrião. Só adentrou o palácio às 13h43.
É um jogo algo primário de “power politics”. O americano já havia amargado uma estadia em sua propriedade na Escócia após a visita de Estado ao Reino Unido antes de viajar a Helsinque nesta manhã. Percebendo o estratagema de Putin, adiou sua chegada ao local do encontro. Inicialmente, ele sairia do hotel às 12h40, mas só chegou ao palácio às 13h57.
Naturalmente, o anfitrião é o governo finlandês, então não havia Putin à porta. Mas ele não deixou, afinal, o americano esperando.
Ambos os presidentes tinham o semblante fechado, quase expressando irritação, ao entrar no edifício. Quando enfim deram as mãos, sentados no salão em que conversariam sem assessores por 90 minutos, não houve sorrisos abertos. O cumprimento durou cerca de três segundos, e não houve o folclórico agarrar de mão que é marca registrada do americano. Após as preliminares, era a hora do duelo.