Trump trabalhou com russos e agora está desesperado, diz ex-diretor da CIA

O ex-diretor da CIA John Brennan afirmou nesta quinta-feira (16) que o presidente Donald Trump retirou sua autorização de segurança porque sua campanha fez conluio com os russos para influenciar as eleições de 2016 e agora está desesperado para pôr fim às investigações.

O próprio Trump estabeleceu uma linha direta entre a revogação da autorização de Brennan e a investigação sobre a Rússia, afirmando ao Wall Street Journal que o inquérito era "uma farsa" e que "aquelas pessoas o lideraram". "Então acho que algo deve ser feito", afirmou Trump.

Brennan escreveu que as alegações de Trump de que não fez conluio com os russos são "balela" e que a única questão que resta a ser respondida é se esse conluio representa uma "conspiração criminalmente responsável". 

"Trump claramente se tornou mais desesperado para se proteger e àqueles próximos a ele, motivo pelo qual ele fez essa decisão politicamente motivada de revogar minha autorização de segurança numa tentativa de silenciar pelo medo outros que possam ousar desafiá-lo", escreveu.

A perda da autorização foi um castigo sem precedentes contra um crítico aberto e politiza o processo dentro do governo federal. Ex-diretores da CIA e outros alto funcionários de segurança nacional normalmente têm permissão para manter suas autorizações, pelo menos por determinado tempo, de modo a que possam aconselhar seus sucessores e manter determinados empregos. 

Na quarta, Trump disse que ele está revisando as autorizações de segurança de vários outros altos funcionários de segurança e de inteligência, incluindo o ex-diretor do FBI James Comey. Todos são críticos do presidente ou são vistos por Trump como alguém contrário a ele. 

Outro alvo da revogação é Peter Strzok, ex-agente do FBI demitido no começo da semana por publicar mensagens críticas ao presidente durante investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016.

Democratas chamam isso de uma "lista de inimigos", uma referência à Casa Branca de Richard Nixon, que mantinha uma lista de opositores políticos a serem atingidos com medidas punitivas. 

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