Um dos grandes violinistas da atualidade, Pinchas Zukerman toca na Sala São Paulo
Em julho, Pinchas Zukerman completou 70 anos. Além de receber homenagens pela data, ele continuou com uma rotina que já dura cinco décadas, apresentando-se pelo mundo todo como regente, solista ao violino e à viola, e músico de câmara. É esta última faceta que ele mostra por aqui, tocando ao lado da pianista Angela Cheng.
O programa tem início com o Scherzo da "FAE Sonata", uma obra colaborativa escrita por Schumann, seu aluno Albert Dietrich e Brahms, como um presente para o violinista Joseph Joachim, de quem os três eram amigos. É um jovem Brahms de 20 anos quem assina o Scherzo.
A primeira parte ainda tem sonatas clássicas de Mozart (n.18 K.301) e Beethoven (n.1 op.12). No encerramento, Zukerman deixa o violino de lado e encara a "Sonata para viola em fá menor op.120", também de Brahms. Agora, no entanto, temos um compositor já passado dos 60 anos, compondo suas últimas peças de câmara.
Zukerman, que já esteve por aqui diversas vezes, vem de uma tradição de violinistas virtuoses, de lirismo expressivo e cuja personalidade é facilmente reconhecível –algo que tende a desaparecer num mundo em constante busca por perfeição técnica e com pouco espaço para ousadias interpretativas. Ele tem plena consciência disso: “Sou uma espécie de portador da tocha da velha tradição. Isso me mantém motivado para continuar tocando”, afirma.
Nascido em Tel Aviv em 1948, Pinchas Zukerman mudou-se para os EUA em 1962, onde estudou na Juilliard School com Ivan Galamian. Logo se destacou, ganhando concursos importantes e fazendo uma carreira vitoriosa que inclui mais de 100 discos gravados, prêmios Grammy e todo tipo de distinção. Com o tempo, a carreira de instrumentista incorporou a de regente – há dez anos, ele é o principal maestro convidado da Royal Philharmonic Orchestra.
Mas há um outro domínio no qual Zukerman é um mestre celebrado: o ensino de jovens talentos. Professor dedicado que já formou gerações de músicos, tem um programa com seu nome na Manhattan School of Music, é disputado por festivais internacionais e estabeleceu um programa de treinamento avançado para jovens artistas no National Arts Centre em Ottawa.
“Tive o privilégio de ter professores que tinham um conhecimento valioso e uma tremenda paciência quando eu era jovem. Sentia que o tipo de ensino que eu havia tido estava acabando”, explica. “Quando você pesquisa em profundidade o talento de alguém e descobre novos potenciais, é emocionante. Adoro descobrir talentos. Então, eu acho que o desejo de devolver o que aprendi com algumas pessoas extraordinárias ao longo dos anos é o que me faz continuar hoje, na performance e no ensino”.
Concerto Pinchas Zukerman na Sala São Paulo
Sala São Paulo. Pça Júlio Prestes, 16. Nesta segunda (27) às 20h. A partir de R$ 75,00 até R$ 310,00