Veículos de imprensa dos EUA apoiam ação de CNN contra Trump
Veículos de imprensa como The New York Times, The Washington Post, The Associated Press e até a Fox News, favorável a Donald Trump, decidiram apoiar a ação da CNN contra a administração do republicano.
A emissora processou o presidente e alguns de seus assessores na última terça (13) para que o repórter Jim Acosta tenha a sua credencial que dá acesso à Casa Branca recuperada.
O jornalista perdeu o passe após se envolver em um embate com Trump durante uma coletiva de imprensa realizada após as eleições legislativas de 6 de novembro.
O governo alega que o repórter tocou de forma agressiva em uma auxiliar que tentava tirar um microfone de sua mão no evento e que ele agiu de forma desrespeitosa com os colegas ao não ceder a vez.
Os jornais e emissoras planejam apresentar comentários e argumentos à Justiça para dar suporte à ação da CNN, segundo comunicado divulgado nesta quarta (14).
"Sejam as notícias do dia a respeito de segurança nacional, economia ou o meio ambiente, repórteres que cobrem a Casa Branca devem permanecer livres para fazer perguntas", diz o texto, assinado por 13 veículos.
"É imperativo que jornalistas independentes tenham acesso ao presidente e às suas atividades, e que jornalistas não sejam barrados por razões arbitrárias."
O apoio da Fox News, rival da CNN há anos, foi o que mais surpreendeu. Em comunicado, o presidente da emissora, Jay Wallace, afirmou que apesar de "não tolerarem o crescente tom antagônico" entre o presidente e organizações de mídia, "apoiam a liberdade de imprensa".
Outras empresas de comunicação sinalizaram que devem aderir à corrente, como CBS News e BuzzFeed.
Protocolada nesta terça (13) em uma corte de Washington, a ação alega que os direitos de Acosta e da CNN previstos na primeira e na quinta emendas constitucionais (que tratam da liberdade de expressão e de imprensa e do abuso de poder por parte do estado, respectivamente) foram violados com a suspensão da credencial.
Estão na lista de acusados Trump, o chefe de gabinete do republicano, John Kelly, a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, o vice-chefe de gabinete para comunicações, Bill Shine, o diretor do Serviço Secreto, Joseph Clancy, e o funcionário do Serviço Secreto que apreendeu a credencial de Acosta.
A CNN afirmou que, caso não forem contestadas, "as ações da Casa Branca criarão um perigoso efeito inibidor para qualquer jornalista que cobre nossos representantes eleitos."
Em resposta à medida, a secretária de imprensa da Casa Branca afirmou que a gestão Trump vai se "defender vigorosamente do processo".