Vitória no clássico mostra Palmeiras próximo de time ideal para decisões
A vitória que acabou com um jejum de 16 anos do Palmeiras no Morumbi e manteve os comandados de Luiz Felipe Scolari na liderança do Campeonato Brasileiro também mostrou que o time se aproxima da formação ideal para a reta final do torneio nacional e da Libertadores.
O placar de 2 a 0 contra o São Paulo, primeira vitória no estádio do rival desde 2002, deixou a equipe alviverde com 56 pontos, três à frente do Internacional e quatro do time tricolor.
Quem alçou o Palmeiras a essa condição dentro do Brasileiro, além de Felipão, foi sua equipe B, formada pelos atletas que não eram titulares na Libertadores, considerada a grande obsessão alviverde.
Foi dessa forma, utilizando várias peças de um vasto elenco, que o clube assumiu a ponta do Nacional e, com o time A, alcançou as semifinais do torneio continental.
Neste sábado, Felipão optou por uma equipe mista, mas que não perdeu força. Pelo contrário, mostrou que o Palmeiras pode entrar ainda mais forte em campo casando diferentes nomes dessas duas formações.
No Morumbi, onde o São Paulo ainda não havia perdido na competição, o time alviverde começou com: Weverton, Mayke, Luan, Gustavo Gómez e Victor Luis; Felipe Melo, Moisés e Lucas Lima; Dudu, Hyoran e Deyverson.
As exceções ficam por conta de Willian, artilheiro palmeirense no Brasileiro com nove gols e primeira opção na vaga de Hyoran, e Bruno Henrique, capitão desde o trabalho de Roger Machado no comando, que é titular no meio na vaga de Lucas Lima, relegado basicamente ao Nacional.
Da mescla de "jogadores do Brasileiro" com os "jogadores da Libertadores", o Palmeiras chegou à vitória.
A liderança nos pontos corridos e a certeza de que pode contar com seu elenco dão a Felipão e à comissão técnica mais segurança para a sequência complicada que o Palmeiras irá enfrentar no torneio.
Nos próximos cinco jogos, encara Grêmio e Ceará em casa, Flamengo fora, o clássico contra o Santos no Allianz Parque e o Atlético-MG, em Belo Horizonte.
Para os dois primeiros jogos dessa série, ambos na capital paulista, o técnico contará com duas semanas cheias de preparação. Algo raro para o time, que precisou conciliar neste segundo semestre os seguidos compromissos por Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores.
Já o São Paulo não terá sequência menos difícil que o rival. Na próxima rodada, visita o Internacional, no Beira-Rio. Ainda encara Atlético-PR (casa), Vitória (fora), Flamengo (casa) e o Corinthians, em Itaquera, onde nunca venceu.
No primeiro turno, essa mesma sequência de jogos alavancou o São Paulo à liderança do Brasileiro. Somou 13 pontos de 15 possíveis e três rodadas depois --derrota para o Grêmio e vitórias sobre Cruzeiro e Vasco-- roubou a ponta do então líder Flamengo, mesmo com a pausa para a Copa do Mundo no meio.
Um aproveitamento positivo é a chance que o técnico Diego Aguirre tem para recuperar o time, que só venceu uma vez nos últimos cinco jogos.
Depois de um começo de jogo tenso, mas com pouco futebol das duas equipes, o titular Dudu cobrou escanteio e o zagueiro reserva Gustavo Gómez cabeceou sozinho para abrir o placar, aos 33 minutos do primeiro tempo.
Desde que estreou pelo Palmeiras, o paraguaio Gómez virou companheiro de zaga de Luan. Nos oito jogos que fizeram juntos no Brasileiro, a equipe venceu seis e empatou duas, sofrendo apenas três gols.
O Palmeiras manteve-se atento, ao contrário do São Paulo, desde o início muito nervoso, o que não pode ser justificado apenas à ausência de Everton, que iniciou no banco de reservas. Logo na sequência, ainda procurando entrar no jogo, o clube do Morumbi levou o segundo gol.
Após escanteio são-paulino, o goleiro Weverton espalmou para fora da área e Mayke iniciou contra-ataque em velocidade. O lateral direito carregou a bola até a entrada da área adversária e rolou para Dudu, que chutou na trave.
O rebote escancarou a falta de atenção do sistema defensivo do São Paulo. Mayke recebeu de Moisés, dominou na direita do ataque e cruzou.
Deyverson, que comanda o ataque de Felipão no Brasileiro, cabeceou frente a frente com Sidão para fazer 2 a 0.
Foi ele também que logo no início pediu para que o árbitro consultasse o assistente de vídeo (não disponível no Brasileiro) depois de lance confuso com o goleiro são-paulino, que soltou a bola no pé do adversário e fez uma defesa fora da grande área, ignorada por Wilton Pereira Sampaio.
O lance foi uma prévia da tensão com a qual iniciou-se o clássico, que só acabou tenso mesmo para um dos lados.