Warner diz que normas ameaçam HBO Max no país
Vice-presidente executivo da WarnerMedia, Jim Meza questiona a confusão nas regras do setor de mídia e telecomunicações no Brasil e afirma que não deverá fazer novos gastos no país "até que essa incerteza seja resolvida".
A WarnerMedia é o nome da Time Warner desde o ano passado, quando a gigante americana de entretenimento, de marcas como HBO, foi adquirida pela AT&T, operadora de telefonia e TV paga, de marcas como Sky.
A junção das duas foi aprovada no Brasil pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), mas a chamada Lei do SeAC ou da TV paga (12.485, de 2011) impede que uma tele produza conteúdo e uma empresa de conteúdo opere telecomunicações.
Essa questão, da chamada propriedade cruzada, "é claramente uma em que estamos interessados", diz o executivo, que veio ao Brasil participar do Pay-TV Fórum, em São Paulo.
Isso vale para a principal aposta do grupo hoje no mundo, o serviço de streaming HBO Max, que será lançado no início do ano que vem nos EUA para concorrer diretamente com Netflix, Amazon Prime Video e o também estreante Disney+, que será lançado em três meses.
Em entrevista à Folha, questionado sobre a eventual chegada do novo serviço ao Brasil, Meza respondeu que, "por causa da incerteza regulatória existente no país, o investimento direto não é atraente no momento, para nós".
Sem maior clareza quanto ao direito de produzir e explorar conteúdo local, Meza declara que o grupo americano não deverá "acrescentar qualquer dinheiro ao investimento brasileiro" já realizado, em ativos como Sky e HBO, até a situação se tornar mais clara.
No momento, o setor vive um conflito de liminares, envolvendo agências governamentais e empresas, e o debate sobre uma possível revisão na legislação começa de forma confusa e descentralizada.