Agendamento digital facilita retirada de extrato previdenciário
Desde o início desta semana, o segurado do INSS é obrigado a agendar dia e horário para pedir o Cnis (extrato previdenciário). Antes, ele podia ir direto a uma agência da Previdência. A novidade, porém, não deverá atrasar a vida dos trabalhadores.
A reportagem testou o serviço e encontrou vagas disponíveis para atendimento no dia seguinte à consulta, até mesmo em agências nos bairros dos endereços informados no pedido.
Os agendamentos foram realizados por meio do site meu.inss.gov.br e pelo telefone 135.
Em uma das ligações, foi solicitada a remarcação do atendimento, em razão de o serviço não estar disponível no site, e novamente foi possível marcar para o dia seguinte.
O Cnis é um dos serviços mais procurados por segurados. Nos últimos 12 meses, mais de 9 milhões de atendimentos nas agências foram realizados para a emissão do extrato previdenciário.
O número representa metade dos usuários que buscaram os postos da autarquia.
Outros serviços que passarão a ser atendidos mediante agendamento são as emissões de histórico de crédito de benefício, carta de concessão, extrato de empréstimo consignado, extrato de Imposto de Renda e declaração de benefício consta/nada consta.
Mesmo antes de o agendamento passar a ser obrigatório, esses documentos já estavam disponíveis pela internet, no meu.inss.gov.br ou por meio do aplicativo Meu INSS para celulares.
A oferta dos serviços pela internet, porém, ainda não atende grande parte dos usuários, pouco familiarizados com procedimentos digitais, segundo avaliação do INSS.
O órgão aposta, porém, que os serviços digitais e a reorganização dos horários de atendimento poderá reduzir a pressão sobre os funcionários das agências, reconhecidamente prejudicados pela falta de reposição dos servidores que deixam os cargos ao atingir as condições para a aposentadoria.
Quem busca recuperar auxílio-doença tende a não encontrar a mesma agilidade.
As ações judiciais de segurados do INSS para tentar recuperar auxílios-doença e aposentadorias por invalidez podem travar a partir de agosto.
Faltam recursos nos cofres da Justiça Federal para pagar pelas perícias médicas, segundo a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil).
A crise é provocada pelo aumento da procura pelo Judiciário por parte dos beneficiários afetados pelo pente-fino que o INSS tem feito nos benefícios por incapacidade desde agosto de 2016.
Desde o início das revisões, 400 mil segurados tiveram benefícios cancelados.
As despesas com perícias médicas consomem cerca de 90% do orçamento da assistência judiciária gratuita, que é de cerca R$ 172 milhões ao ano.