Alemanha diz que tensão comercial com EUA está diminuindo, mas há dúvidas sobre compra de soja

As relações comerciais entre Estados Unidos e Europa estão melhorando, disse a ministra da Agricultura da Alemanha, Julia Kloeckner, neste sábado, mas não há garantias de que o bloco irá comprar a quantidade de soja que Washington espera.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, fecharam um inesperado acordo na quarta-feira que pôs fim ao risco de guerra comercial imediata entre as potências.

Após as conversas, Trump destacou benefícios para agricultores americanos. "A União Europeia irá começar, quase imediatamente, a comprar muita soja", disse a repórteres.

Kloeckner, falando à Reuters às margens de um encontro do G20 em Buenos Aires, disse que a quantidade de soja que a Europa irá importar ainda será determinada.

"Seremos capazes de fazer tudo que o presidente Trump deseja? Não sei. Vamos ver se este será o caso ou não, disse.

Espera-se que a UE importe 15,3 milhões de toneladas de soja na safra 2018/19, segundo dados de 12 de julho do Departamento de Agricultura dos EUA. Os EUA são o segundo maior exportador da oleaginosa no mundo, atrás do Brasil.

Após o encontro na Casa Branca, Trump concordou em se abster de impor tarifas sobre carros enquanto a União Europeia e os EUA começam conversas sobre cortes de outras barreiras comerciais.

Trump enfrentou críticas de alguns agricultores do centro-oeste dos EUA e parlamentares após anunciar na terça-feira um pacote de auxílio de US$ 12 bilhões (cerca de R$ 44,5 bilhões) concebido como um impulso temporário para produtores atingidos pela crescente guerra comercial entre os EUA e a China.

A China impôs tarifas sobre produtos agrícolas, incluindo soja, após Washington colocar impostos sobre bens chineses.

"Muitos destes agricultores são apoiadores do presidente Trump, eles realmente sentiram a pressão. Acho que isto realmente ajudou Trump a entender que estas tarifas podem ser possivelmente prejudiciais, então ele voltou atrás e estamos seguindo em direção a uma situação mais positiva", disse.

Outras autoridades europeias também expressaram alívio após Trump e Juncker concordarem em resolver a disputa comercial.

"É uma coisa boa tanto para a UE, quanto para os Estados Unidos, terem se juntado e concordado em manter as conversas fluindo, ao invés de verem um aumento da disputa comercial", acrescentou Kloeckner.

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