Grupo que toca instrumentos de sucata se apresenta neste sábado na Casa Folha

O grupo Embatucadores, que toca instrumentos feitos de garrafas, pedaços de cano, latas e outros tipos de materiais que iriam para o lixo, se apresenta nesta sábado (28), às 16h30, na Casa Folha, na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), antes do debate que reunirá o escritor Tiago Ferro e a monja Coen.

Eles começam a tocar fora, para as pessoas na fila, e depois entram na casa. Já fizeram algumas apresentações em Paraty —o que inclui unidades do Sesc e uma na rodoviária da cidade.

O conjunto é formado por alunos da escola estadual Flamínio Fávero e foi criado em 2003 pelo professor voluntário de artes Rafael Rip —ele recebe turmas de 20 a 30 alunos para um ano de educação musical. Mas alguns continuam depois que o período acaba.

A banda de alunos com quem Rip se apresenta em Paraty é formado por cinco integrantes, que começaram a estudar música aos 11 anos de idade e estão juntos há oito anos.

Além de se apresentar com os instrumentos, eles também fazem percussão corporal.

“Dentro do grupo, a gente fortalece a questão do trabalho em equipe. Vamos passando as responsabilidades de criação para eles”, diz Rip. “O ponto fundamental é construir cada apresentação a partir de ideias não só minhas, mas também deles.”

A ideia dos instrumentos de sucata surgiu da necessidade: Rip tinha que dar aulas de música, mas a escola estadual não tinha instrumentos nem dinheiro para comprá-los. Hoje eles contam com uma sala de ensaios no local.

“Esses cinco [que estão em Paraty] também atuam como multiplicadores do que aprendem”, diz o professor.

Quinze anos depois da criação dos Embatucadores, a quantidade de instrumentos cresceu tanto que é preciso viajar com uma van separada só para transportá-los.

“Com o convívio, os alunos precisam desenvolver outras competências além da música, como a paciência, o foco e a disciplina.”

Rip conta que, embora as aulas sejam abertas para todos, há um foco especial nos alunos que têm problemas na escola.

“As aulas têm o intuito de atrair as crianças que têm dificuldade de concentração, elas terão a oportunidade de ter um aprendizado que é prático de de vivências. Como professores, nossa dificuldade não é transmitir as matérias, mas fazer com que os alunos se interessem."

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