Após lesão com Nike rasgado, Zion muda o tênis e vence nos EUA
Pela primeira vez desde que seu tênis Nike se desmantelou aos 30 segundos de uma partida da Universidade Duke, no mês passado, o astro do basquete universitário Zion Williams, 18, entrou em quadra, na noite de quinta-feira e ajudou a Duke a vencer a Universidade de Syracuse por 82 a 74 nas quartas de final da Conferência da Costa Atlântica do basquete universitário dos Estados Unidos.
Sem mostrar sinais da lesão que sofreu no joelho quando seu tênis explodiu, Williamson dominou o jogo, marcando 29 pontos e convertendo seus 13 arremessos de quadra. Ele também pegou 14 rebotes, e teve cinco roubos de bola e um toco.
"Entro em quadra para matar, a cada jogo", disse Williamson à rede de TV ESPN, depois da partida.
Ele continuou a falar desse tema mais tarde, em uma entrevista coletiva, e descartou insinuações, surgidas depois da lesão, de que ele poderia não voltar ao time de Duke, optando por reabilitar seu joelho e se preparar para o draft da NBA, em junho.
"Todo mundo tem direito a uma opinião", ele disse, "mas eu sempre soube que voltaria".
Duke (27 vitórias e cinco derrotas) teve dificuldades na ausência de Williamson e enfrentará seu maior rival, o North Carolina Tar Heels (27 vitórias e cinco derrotas) na semifinal da conferência sexta-feira, O Tar Heels, que está em terceiro lugar na classificação geral do basquete universitário, venceu seus dois jogos anteriores na temporada contra o Blue Devils, que está em quinto lugar, ainda que Williamson tenha ficado de fora da maior parte da primeira partida - o jogo em que seu Nike se desmantelou - e de toda a segunda.
No bola ao ar inicial, Williamson ficou com a bola, e marcou os dois primeiros pontos de Duke com uma bandeja. Aos dois minutos, ele fez a torcida de Duke se levantar das cadeiras ao interceptar um passe de Syracuse e invadir o garrafão para uma enterrada estrondosa.
Mais tarde, ele voltou a roubar a bola, para uma nova enterrada. E conquistou nove rebotes e cinco roubos de bola. Isso tudo no primeiro tempo, quando ele foi o cestinha da partida, com 21 pontos e nove arremessos convertidos em nove tentados.
Syracuse se manteve competitiva no segundo tempo, mas Williamson não errou arremesso algum e mostrou energia essencial, na defesa.
E se você estava curioso: Williamson estava usando Nikes, na quinta-feira, um modelo personalizado da linha Kyrie Irving, jogador que defendeu a Universidade Duke por uma temporada. O tênis que se desmantelou no mês passado era um modelo Nike da linha Paul George.
"Não tive nenhum problema com os calçados, neste jogo", disse Williamson mais tarde.
O problema de equipamento - e a lesão no joelho que ele sofreu ao cair - causaram debate sobre a influência dos fabricantes de equipamento esportivo no basquete universitário, e sobre as regras da NCAA, a confederação americana de esportes universitários, quanto ao amadorismo.
O incidente também causou problemas imediatos para a Duke. Candidato ao título nacional, o Blue Devils de repente ficou sem seu melhor jogador, o calouro que deve ser a primeira escolha no draft da NBA este ano.
Antes da lesão de Williamson, o Blue Devils tinha 23 vitórias e duas derrotas e liderava o ranking geral do basquete universitário. Nas três semanas em que ele ficou fora do time, a Duke caiu para o quinto posto, com três vitórias e três derrotas, entre as quais uma derrota diante do Tar Heels no dia do desastre com o tênis.
Duke anunciou horas antes do jogo que Williamson voltaria contra Syracuse (20 vitórias e 13 derrotas), que havia vencido o Blue Devils em Durham, na Carolina do Norte, com o astro do time em quadra.
Se Williamson estiver em plena forma, ou perto disso, Duke é favorita ao título nacional, que seria seu primeiro desde 2015 e o sexto na carreira do treinador Mike Krzyzewski.
A universidade também tem garantida no mínimo uma cabeça de chave número dois no torneio que decidirá o campeonato nacional, ainda que quando o cruzamento for anunciado, domingo, o comitê de seleção da NCAA talvez recalcule o poderio da equipe, com Williamson recuperado, e faça da universidade a cabeça de chave número um.
The New York Times, tradução de Paulo Migliacci