Em oito dias, Vélez fez 13 mudanças no alto escalão do Ministério da Educação

A dança das cadeiras no Ministério da Educação já resultou em 13 mudanças em cargos do alto escalão da pasta nos últimos oito dias.

Entre os exonerados, estão dois ex-auxiliares do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, cujas saídas foram impostas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) após atritos com o escritor Olavo de Carvalho e discípulos.

O objetivo inicial de Vélez Rodríguez era reformular a cúpula do MEC para destravar ações e reduzir o peso da vigilância ideológica, o que atingiu seguidores de Olavo.

As demissões desencadearam uma crise que fragilizou a própria permanência do ministro no cargo.

Nesta sexta-feira (15), Vélez foi chamado mais uma vez ao Palácio do Planalto. Já é a terceira vez na semana.

As mudanças no MEC começaram na sexta-feira passada (8). O Diário Oficial da União trouxe, naquele dia, cinco alterações de cargos de assessores do ministro.

Uma delas foi o rebaixamento de Daniel Emer, que saiu da assessoria direta de Vélez para o cargo de assessor da Secretaria Executiva.

Emer e o ex-assessor Silvio Grimaldo estavam desde o Carnaval nos Estados Unidos para fazer um curso com Olavo de Carvalho.

Da Virgínia, ao lado do próprio escritor, Grimaldo e Emer incensaram corrente nas redes sociais em que se afirma uma suposta perseguição a discípulos do escritor.

A ausência e a viagem internacional de ambos não foram autorizadas oficialmente pelo MEC, conforme revelou a Folha.

Grimaldo foi às redes sociais e denunciou o que seria um expurgo de olavistas do MEC, campanha que enfraqueceu Vélez.

De todas as mudanças, foram onze exonerações e duas transferências.

Além de Emer, o outro caso de transferência foi o de Robson Santos da Silva, que era assessor direto e foi para a Fundação Joaquim Nabuco.

Dos exonerados ligados a Olavo de Carvalho, ou ao grupo mais ideológico da pasta, saíram: Tiago Tondinelli (chefia de gabinete), Silvio Grimaldo de Camargo (assessor), Rodrigo Morais (assessor), Osmar Bernardo Junior (assessor) e Eduardo Melo (Adjunto da secretaria-executiva).

A assessora Bruna Becker e o secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, são ligados a Olavo e permaneceram no cargo.

A lista inclui ainda as exonerações, não previstas inicialmente, do assessor Ricardo Roquetti e do secretário-executivo Luiz Antonio Tozi.

Apesar de ter anunciado Iolene Lima para o lugar de Tozi, a nomeação oficial não saiu. O mesmo já havia acontecido com outro nome anunciado para o cargo, Rubens Barreto.

Olavistas pressionam o governo para que não ocorra a nomeação, sob o argumento de que foi Tozi quem a trouxe ao ministério. Ioelene é evangélica.

Apontada como moderada, já foi uma das dirigentes da Associação de Escolas Cristãs de Educação por Princípios, uma ONG que apoia escolas confessionais.
 

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