Bolsa tem terceiro dia de queda e volta aos 94 mil pontos
O mercado teve mais dia de baixa nesta quinta-feira. Oscilações nas Bolsas estrangeiras e falas sobre a reforma da Previdência causaram receio entre investidores. Sem grandes novidades na aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição), a Bolsa recuou pelo terceiro dia seguido e dólar voltou a subir.
Após a gangorra de 100 a 91 mil pontos em março, a Bolsa brasileira tem operado entre 94 e 97 mil pontos nas duas últimas semanas. O mercado aguarda passos concretos em direção à aprovação da reforma da Previdência, bem como qual será o valor economizado.
Nesta quinta-feira (10), o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou que a análise em plenário pode ficar para o segundo semestre deste ano. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalha com 1º de julho. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, é mais otimista, e afirmou que a votação deve acontecer entre maio e junho.
No entanto, partidos do "centro" não se comprometeram com o calendário de votação previsto pelo governo, que tenta acelerar para que a etapa da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) seja concluída antes da Páscoa. A ideia é que ela seja votada na terça-feira (16).
Líderes partidários pretendem postergar a votação e pressionam o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), para pautar a PEC do Orçamento Impositivo antes da Previdência.
As previsões desencontradas não animaram o mercado. O Ibovespa, maior índice acionário do país, caiu 1,25%, a 94.754 pontos. O dólar avançou 0,83%, a R$ 3,8570, após cair percentual equivalente na véspera. A moeda operou em linha com o exterior.
"A reforma da aposentadoria tem sido o grande 'driver' do movimento do índice, então o mercado fica o tempo todo à procura de qualquer sinalização das autoridades sobre o tema", afirmou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos.
Líderes partidários afirmam que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assumiu a articulação da reforma da Previdência. Nesta quinta, em evento para prestar contas do seus primeiros 100 dias de governo, ele afirmou que a mudança nas regras de aposentadoria tem papel especial para o equilíbrio das contas públicas e futuros investimentos.
No exterior, as principais praças acionárias operaram sem uma direção única, com os investidores avaliando os alertas dos principais bancos centrais sobre uma desaceleração global e antecipando o início da temporada resultados corporativos.
Com Reuters