Brasil derrota Argentina com gol nos acréscimos e segue 100% pós-Mundial

No primeiro teste real da seleção brasileira após a Copa do Mundo da Rússia, a equipe de Tite venceu a Argentina por 1 a 0 nesta terça (16), em Jiddah, na Arábia Saudita. 

O único gol da partida foi marcado por Miranda, aos 48 minutos do segundo tempo, após cobrança de escanteio.

Foi o primeiro desafio para o treinador antes da Copa América de 2019, no Brasil. Era improvável que ele conseguisse tirar algum proveito das partidas anteriores, quando venceu Estados Unidos, El Salvador e Arábia Saudita.

O amistoso contra a Argentina consolidou a posição de Neymar como meia-atacante centralizado e com total liberdade em campo. Algo que ele já vinha fazendo no Paris Saint-Germain (FRA) e que, de certa forma, espelha o posicionamento de Lionel Messi na seleção argentina.

Mas não houve confronto entre os dois. Messi se exilou da seleção após a queda na Copa e decidiu que neste ano não atuará pelo país. A situação deverá ser revista em 2019.

Entre as observações possíveis de Tite esteve a parceria entre Gabriel Jesus e Roberto Firmino no ataque. Nenhum dos dois atuou bem.

Firmino fez 90 minutos apagados, mas permaneceu em campo. Jesus foi substituído no segundo tempo por Richarlison, atacante do Everton (ING) e um dos nomes mais observados por Tite.

A CBF ficou com um troféu oferecido pelos organizadores da excursão, que consideraram os amistosos entre Brasil, Argentina, Arábia Saudita e Iraque um torneio. Na sexta (12), a seleção havia vencido a Arábia Saudita por 2 a 0.

À exceção da questão financeira, é discutível o benefício dos amistosos. A seleção brasileira foi criticada por atuar no país, que está sob suspeita de assassinar o jornalista oposicionista Jamal Khashoggi, o que causou uma crise política. Pelos dois jogos, a CBF faturou cerca de R$ 6 milhões.

A temperatura durante o jogo era de 31°C, mas a sensação térmica chegou a 37°C. Isso fez com que o árbitro parasse a partida nos dois tempos para os jogadores se hidratarem. Serve como prévia da temperatura durante a Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Qatar. O torneio acontecerá no final do ano pela primeira vez na história. Geralmente ocorre de junho a julho, no verão europeu.

A atuação das duas equipes, no geral, não foi boa. A partida não teve muitas chances de gol. Se o Brasil atuava com a mesma base do último Mundial, a Argentina passa por processo de reformulação.

O jogo tinha relevância para Lionel Scaloni. O treinador interino sonha em ser efetivado na sua seleção. Se isso acontecer, uma porta pode ser abrir para atletas que, quando a Argentina era comandada por Jorge Sampaoli, não tinham chance ou confiança. Como o zagueiro Pezzella, o volante Battaglia e Dybala. 

Este último foi à Rússia, mas, como o ex-técnico acreditava que o meia-atacante da Juventus (ITA) era reserva de Messi, ele quase não entrou.

Esperava-se que Tite escalasse o Brasil com um trio formado por Arthur, Casemiro e Renato Augusto no meio-campo, mas ele privilegiou uma formação teoricamente mais ofensiva, com Philippe Coutinho aberto pela esquerda.

É esperado que o técnico volte a chamar jogadores que fizeram parte do elenco na Copa, mas não foram à Arábia Saudita, como o volante Paulinho, o lateral Fagner e os meias Willian e Douglas Costa.

Eles podem receber chance em 16 de novembro, quando o Brasil fará amistoso contra o Uruguai, no Emirates Stadium, em Londres.

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