Brasileiros barrados na Europa crescem 62%
O número de brasileiros impedidos de entrar nos países da União Europeia (UE) aumentou 62% em 2018, em comparação com o ano anterior.
Dados divulgados no último relatório de riscos da Frontex, a agência de fronteiras da UE, indicam que 4.984 brasileiros tiveram sua entrada recusada na Europa em 2018, contra 3.086 em 2017.
Com o resultado, o Brasil se tornou a sétima nacionalidade com mais cidadãos barrados no continente.
Em 2017, o país ocupava a décima posição na lista. A Ucrânia lidera a lista deste ano de países com mais cidadãos rejeitados na Europa: 57,5 mil, o equivalente a 30% de todas as pessoas barradas. Houve uma alta de 55% em relação a 2017.
Em um distante segundo lugar está a Rússia, com 25,9 mil entradas recusadas, uma queda de 29% em relação ao ano anterior. A Albânia aparece logo em seguida, com 24,5 mil de seus nacionais barrados na UE.
De acordo com as autoridades migratórias, a maior parte dos casos é motivada por falta de documentação adequada e meios que comprovem as condições exigidas de estadia.
O aumento na quantidade de brasileiros barrados no velho continente foi bem mais expressivo do que a subida geral de imigrantes impedidos de entrar na UE no período, de 4%.
A quantidade de brasileiros deportados dos países europeus também cresceu. Em 2018, 1.926 imigrantes do Brasil foram forçados a retornar dos países membros da União Europeia: uma alta de 22% em relação a 2017.
O número de brasileiros apanhados em situação irregular, por ter extrapolado o período de permanência como turista, aumentou, sendo a maior parte dos casos identificados em Portugal.
As autoridades portuguesas ainda não divulgaram as estatísticas oficiais de 2018, mas já anteciparam que houve aumento significativo na comunidade brasileira no país.
Na Europa, o aumento de brasileiros em situação irregular contrasta com a redução geral de migrantes que cruzam ilegalmente as fronteiras europeias. Em 2018, foi registrado o menor patamar dos últimos cinco anos: 150.114 pessoas.
As autoridades europeias atribuem a forte queda à menor quantidade de pessoas tentando chegar ao continente pelas rotas do Mediterrâneo central, que vai da Tunísia à Itália.
A rota migratória que passa pelo Marrocos e vai para a Espanha, porém, está em alta, com aumento de 157% no número de chegadas em relação à 2017.