Canadá fecha espaço aéreo ao Boeing 737 MAX e diz que há novos dados sobre acidente
O Canadá anunciou nesta quarta-feira (13) que proibiu pousos, decolagens e a entrada em seu espaço aéreo de aviões Boeing 737 MAX 8 e 9.
O ministro dos Transportes do país, Marc Garneau, disse que novos dados obtidos por rastreamento via satélite sugerem similaridades entre os dois acidentes fatais ocorridos com o modelo. O último deles, na Etiópia, matou 157 pessoas no domingo (10). O primeiro em outubro, ocorreu na Indonésia.
"Não é conclusivo, mas há algo que aponta nesta direção [da similaridade entre os acidentes] e sentimos que um limite foi cruzado. Por isso, estamos tomando essas medidas", disse Garneau.
A decisão do Canadá veio após mais de 40 países decidirem vetar voos com o 737 MAX, incluindo China, Índia e todos os integrantes da União Europeia.
No Brasil, pousos, decolagens e sobrevoos do 737 MAX seguem liberados. A Gol, única empresa nacional que possui unidades do modelo, deixará de utilizá-lo temporariamente.
Nesta quarta (13), Egito, Tailândia, Líbano e Uzbequistão também proibiram o uso da aeronave.
Duas empresas que operam no Canadá, a Air Canada e a Westjet, possuem aeronaves do modelo banido, que transportavam entre 9.000 e 12 mil passageiros por dia no país.
Entre os dez países com maior movimento de passageiros, apenas EUA e Japão seguem permitindo o uso do modelo. A FAA, que regula a aviação nos Estados Unidos, disse que "não há base para ordenar um veto a este avião". American Airlines, Southwest e United seguem realizando voos com esta aeronave.
A Boeing, cuja sede fica em Chicago, nos Estados Unidos, reafirmou sua "total confiança" na segurança do 737 MAX 8, e trabalha com as autoridades americanas para melhorar o software de controle que ajuda a manter o avião no ar. A atualização deve ser entregue nas próximas semanas.
A Etiópia enviará para a Europa as caixas-pretas do avião que caiu no domingo (10). "Vamos enviá-las para a Europa, mas ainda não foi definido o país", disse Asrat Begashaw, porta-voz da Ethiopian Airlines, companhia aérea dona da aeronave.
Também nesta quarta, dezenas de parentes de vítimas do acidente prestaram homenagens aos mortos perto do local onde os destroços foram encontrados, na Etiópia. Foram montadas tendas decoradas com rosas brancas.