Caracas vive noite de dúvidas e rumores de prisão após suposto ataque a Maduro
Os moradores de Caracas foram dormir na noite deste sábado (4), tomados pela insegurança e pela dúvida. Poucas horas após a suposta tentativa de atentado contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, diversas forças de segurança tomaram as ruas da cidade, transformando a habitual noite de sábado dos caraquenhos.
As vias próximas à avenida Bolívar, onde acontecia o discurso, e ao Palácio de Miraflores, para onde se dirigiu Maduro após o episódio, foram fechadas pela Polícia Militar Bolivariana. Fortemente armados, os soldados também revistaram cada carro que tentava passar pelo local.
Para garantir a segurança do presidente, o policiamento e a presença militar foram reforçadas em vias próximas ao edifício presidencial. No túnel La Planice, que dá acesso à rodovia Caracas La Guaira, um tanque militar esteve de guarda até o final da noite. A polícia também fez ronda ostensiva na avenida Panteón, na região La Pastora. O trânsito se intensificou nos locais.
Informações extraoficiais apontam que dezenas de pessoas foram detidas na cidade. Sob medo e dúvida, as ruas da agitada Caracas se esvaziaram. Moradores não se atreveram a sair de casa e reforçavam aos amigos e familiares para evitarem saídas desnecessárias e redobrarem a atenção nas ruas, caso saíssem.
A dúvida sobre o episódio tomou conta dos lares venezuelanos, que até o final da noite não sabiam o que teria acontecido. Qualquer barulho diferente se tornou motivo de alarde e preocupação. Moradores relataram explosões, horas após o atentado.
Para tentar acalmar a população, o presidente Nicolás Maduro se pronunciou após o episódio, por volta das 21h, acusando a Colômbia e a extrema-direita pelo suposto ataque. A declaração despertou medo e indignação nos colombianos que vivem na cidade.
Nas redes sociais, no entanto, a versão sobre o drone não convenceu. Opositores não engoliram as palavras de Maduro e o acusaram de forjar o episódio. Outra teoria que circula pela internet, baseada em depoimentos de bombeiros à Associated Press, é que a confusão na avenida Bolívar teria, na verdade, começado por conta de um incêndio em um prédio residencial.