Centrais sindicais dizem que reforma prejudica mais pobres e falam em calendário de lutas
Entidades sindicais criticaram nesta quarta-feira (20) a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Bolsonaro.
Manifesto assinado por oito centrais sindicais, entre elas Central Sindical e Popular Conlutas e a Força Sindical, defende que seja criado um calendário para a realização de mobilizações de massa contra o fim das aposentadorias.
As entidades preveem também a realização de um dia nacional de lutas, em data a ser definida.
As centrais falam em um amplo chamamento à população para que defenda a Previdência. Também prometem que ampliarão sua atuação junto ao congresso Nacional.
Em nota enviada à imprensa, a Força Sindical chamou a reforma da Previdência proposta pelo governo de perversa e disse que ela só prejudica os trabalhadores menos favorecidos economicamente.
A entidade afirma lutar por uma Previdência universal e sem privilégios.
Segundo a Força Sindical, quaisquer alterações precisam ter como princípio básico que os aposentados recebam benefícios com valores suficientes para oferecer-lhes uma vida saudável e digna.
"Pagar um valor abaixo do estabelecido pelo salário mínimo é entregar apenas uma “esmola” para os milhões de aposentados que ajudaram a construir este País."
A Força Sindical afirma que, caso a reforma seja aprovada, os trabalhadores que começaram a contribuir mais cedo ao INSS serão os mais afetados.
Além disso, diz que o novo sistema vai aumentar em cerca de dez anos o tempo de trabalho.
As centrais sindicais vão realizar um ato na Praça da Sé, em São Paulo, como forma de protesto contra o fim da aposentadoria no próximo dia 20, segundo a Força Sindical.
O presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) , Antonio Neto, disse que a proposta do governo é uma versão piorada da reforma que Michel Temer (MDB)tentou aprovar em seu governo.
"Essa proposta representa a velha estratégia de arrochar a aposentadoria da imensa maioria do povo, sem atacar prioritariamente as regalias, a sonegação das grandes empresas, a falta de contribuição do setor agroindustrial, além de privatizar o novo regime de capitalização", disse em nota.
Ele afirma que o governo deveria iniciar uma reforma cortando privilégios de militares e banqueiros, colocando o ministro da Economia Paulo Guedes no segundo grupo.