Centrão articula alterar MP de Bolsonaro e tirar Coaf das mãos de Moro
Tomo lá e dou cá Líderes do centrão tentam convencer outros partidos a usar a medida provisória em que Jair Bolsonaro reestruturou o governo para dar um recado definitivo ao Planalto, forçando-o a abrir novo nível de diálogo com o Congresso. A ideia é aprovar emendas que tirem o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do guarda-chuva de Sergio Moro (Justiça), devolvendo-o à área econômica. O ex-juiz, por sua vez, receberia a Funai —hoje na Agricultura— de volta à sua estrutura.
Com moderação Dirigentes de partidos mais inflamados defendem a derrubada de artigos que extinguiram os ministérios do Trabalho e da Cultura, mas o movimento não agrada líderes das principais siglas. Estes não querem contrariar o discurso de enxugamento da máquina.
Tática de guerrilha As maiores centrais do país montaram ofensiva jurídica para desidratar nos tribunais a medida provisória do governo que dificulta o pagamento da contribuição sindical. Associações foram estimuladas a ingressar com ações na primeira instância para garantir o desconto da taxa em folha.
Desvio de rota Em meio ao esforço de construção de uma base para o governo, Jair Bolsonaro alfinetou o PR na live que fez na quinta (7) —uma das siglas que acenaram a ele.
Quebra-molas Ao falar sobre lombadas eletrônicas, o presidente criticou o excesso de multas nas estradas e lembrou que o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) “até pouco tempo estava na mão de partidos políticos”.
Quebra-molas 2 “Isso acabou. Agora esse departamento está voltado realmente para trabalhar 100% em benefício dos condutores”, concluiu, ressaltando que a batuta hoje está com um militar.
A sangue frio O ministro Ricardo Vélez (Educação) já estava com os atos de exoneração e deslocamento de alunos de Olavo de Carvalho prontos desde a última quarta (6). O presidente, pego de surpresa, não teria gostado da decisão.
Ao vivo Silvio Grimaldo, que era assessor especial do MEC, estava na casa do escritor nos EUA quando foi informado, pelo telefone, na quinta (7), que seria desalojado.
Fórmula pronta O Ministério Público Federal no DF propôs, durante as negociações do acordo de leniência da J&F, em 2017, a criação de uma fundação com parte da multa paga pela empresa. A ideia era investir em projetos sociais, assim como prega a entidade anunciada agora pela Lava Jato de Curitiba.
Grife O montante de R$ 2,3 bilhões ficaria sob a gestão dos procuradores, em conjunto com uma organização internacional. A J&F não topou. Entendeu que ações sociais seriam importantes para sua imagem após o escândalo —e que não faria sentido delegar a fundação a investigadores.
Ideia fixa A Lava Jato tenta destinar à Procuradoria uma parte das multas pagas pelas empresas corruptoras desde os primeiros acordos de leniência. Em 2016, cláusula que destinava 10% desses recursos à força-tarefa foi incluída nos tratos da Andrade Gutierrez e da Camargo Corrêa.
Selva para todos Integrantes das Forças Armadas têm debatido com o Planalto uma estratégia de comunicação para as mudanças nas aposentadorias dos militares. A ideia é usar as redes sociais de Exército, Marinha e Aeronáutica para disseminar a mensagem de eles também estão dando sua cota de sacrifício pelo país.
Soa como música O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) indicou a integrantes do Ministério Público Federal que vai defender que Bolsonaro escolha o próximo procurador-geral entre os três nomes mais votados pela categoria. O presidente já disse que não vai se comprometer com a lista tríplice.
Deu para ti Procuradores de diversas vertentes dão como ínfima a chance de a atual procuradora-geral, Raquel Dodge, figurar entre os mais votados.
TIROTEIO
Se a cada fala do presidente a sociedade tiver que buscar um intérprete, temos que reconhecer que estamos com problemas
Do deputado Marcos Pereira (SP), presidente do PRB, sobre as várias vezes que o vice, Hamilton Mourão, reparou declarações de Bolsonaro