Com Fernanda Souza e Luan Santana, Globo terá programa musical com artistas mais tocados
São Paulo
Samba, funk, rock ou MPB. Não importa o gênero musical, o que vale é ser top. Essa é a ideia do programa musical Só Toca Top, que estreia na noite desta sexta-feira (13) no Multishow e na tarde deste sábado (14) na Globo, com apresentação de Fernanda Souza, 34, e Luan Santana, 27.
Pensado desde o final do ano passado, o programa vai levar ao palco semanalmente as músicas e os artistas mais tocados no país, segundo os rankings mais variados: canções mais tocadas nas rádios, o samba mais bombado na internet e os rocks mais ouvidos no Nordeste são algumas das listas que poderão aparecer em cada episódio.
“Quando a gente começou a brincar por esses universos, pensamos em criar um ranking de artista ou da música, da internet ou do rádio, usando região ou gênero. Era uma infinidade de opções e, assim, nasceu o Só Toca Top, com várias listas num mesmo programa, com todo o tipo de música que você pode imagina”, diz o diretor Raoni Carneiro.
A escolha continua sendo do público e sem passar pela produção do programa. Segundo Carneiro, uma ferramenta, usada também pelas gravadoras, monitora e cruza os dados das rádios e dos ambientes digitais. A partir daí, são formados os rankings. “Os dados não são segredo, a surpresa está no recorte usado naquela semana."
As listas são recebidas pela produção todas as quartas-feiras e os programas serão gravados às segundas, dando à produção alguns dias para escolher os rankings mais interessantes. Algumas opções, no entanto, serão excluídas no meio do caminho por conta da agenda dos artistas. O primeiro programa terá as mais ouvidas no rádio e os sambas e funks mais tocados.
Para aqueles com mais de 40 anos é difícil não lembrar do Globo de Ouro, que fez sucesso dos anos 1970 e 1980 levando ao palco nomes como Roberto Carlos e Alcione, também de acordo com as seleções das rádios. Carneiro admite a inspiração, mas diz que a precisou ser aprimorada diante da era das redes sociais e dos streamings.
“Nunca foi tão gostoso e tão fácil ouvir música. Não há mais divisão de tribos. Hoje, a gente percebe que a mesma pessoa que ouve samba, escuta rock, sertanejo e forró na mesma playlist”, avalia Luan Santana. “Programa é exatamente isso, uma mistura de gêneros, refletindo o que as pessoas estão ouvindo.”
As preferências musicais do agora apresentador mostram que o gosto variado atinge inclusive quem faz música. Apesar da carreira sertaneja há mais dez anos, ele afirma ouvir Shawn Mendes nos últimos tempos, além de bandas como Creed e Nickleback. Já a atriz Fernanda Souza, que divide o palco com ele, diz ouvir de Shakira a gospel.
Só Toca Top vai passar às 21h15 das sextas-feiras no Multishow e na tarde dos sábados na Globo. Neste sábado (14), a transmissão será após o jogo da Copa do Mundo, mas, posteriormente, o programa entrará na grade no lugar de Estrelas, que terminou em maio passado. O número de episódios da primeira temporada não foi definido ainda.
EU NO TOPO
Ligados à música, tanto Luan Santana quanto Fernanda Souza afirmam estar ansiosos para descobrir quais rankings vêm pela frente e se seu nome, no caso de Luan, ou de seus amigos, no caso de Fernanda, estarão neles.
“Claro que fico ansioso, pô. Acho que todo mundo tem essa ansiedade”, diz o sertanejo, que acumula músicas nas paradas da Billboard e indicações no Grammy Latino. “O objetivo de quem faz música é atingir o maior número de pessoas, e estar num ranking como esse quer dizer que você está alcançando essa meta. Se isso não acontece não tem porque continuar”, conclui o músico.
Fernanda diz ter a ansiedade: “Quero muito que meu marido e meus amigos estejam no palco. Esses dias eu encontrei a Sandy e falei que ela precisa vir aqui se apresentar”, disse a atriz, casada com o cantor de pagode Thiaguinho, 35.
Luan e Fernanda também dizem estar aprendendo juntos a ser apresentadores. Fernanda, que já comanda o Vai, Fernandinha, na Multishow, há dois anos, dá as dicas de posicionamento no palco, mas garante que ainda tem muito o que aprender. Seu maior desafio, no entanto, é segurar a dança quando toca o funk, brinca.
GLOBO DE OURO
Sucesso dos anos 1970 e 1980, o Globo de Ouro estreou na Globo em 1973, com a proposta de levar ao palco os artistas responsáveis pelas músicas mais tocadas nas rádios. Nos 17 anos em que ficou no ar, o programa passou por mudanças de periodicidade, teve alteração em seus quadros e troca de apresentadores.
Pelo seu palco passaram nomes como Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho e Titãs, enquanto na apresentação do programa se destacaram Tony Ramos, Christiane Torloni, Kadu Moliterno, Isabela Garcia e Cláudia Abreu.
O programa foi transmitido na Argentina, Chile, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Uruguai e também para Curaçao.
Em 2012, o Globo de Ouro passou a ser reprisado pelo Canal Viva, o que motivou a criação de novos episódios em 2014, com a apresentação dos atores Juliana Paes e Márcio Garcia. No ano seguinte, uma sequência de programas especiais homenageou o axé e, em 2016, o samba.
VOCÊ ESCOLHE
Distante das chamadas telefônicas, usadas na época do Globo de Ouro, as redes sociais, streamings e aplicativos, da era do Só Toca Top, deixaram um pouco mais difícil contar os pedidos de músicas dos fãs. Apesar disso, os apresentadores da atração avisam logo na abertura do episódio piloto: “É você que escolhe quem sobe ao palco”.
O trabalho agora é da máquina. “Uma ferramenta analisa o cruzamento de dados de várias plataformas utilizadas pelo público e inclui o monitoramento das rádios e dos ambientes digitais”, explica Carneiro. A partir daí, o programa olha esses rankings e faz um recorte, levando para o palco as músicas ou artistas que se destacaram.
Segundo o diretor da atração, músicas ou artistas mais tocados na web e nas rádios são os principais recortes. Mas a partir daí, começam outras divisões como de gênero musical (rock, pop, samba etc) e região do país (Sul, Norte, Nordeste...). “São inúmeras as possibilidades que vão fazer com que a gente mostre a pluralidade musical brasileira.”
Em casos de regravações de outros artistas, Carneiro afirma que a escolha por quem vai apresentar a música depende da lista que for escolhida para aquela semana. Se uma nova versão entra nas mais tocadas em rádio, quem regravou deve ser convidado. Já um recorte de sucessos dos anos 1990, por exemplo, pode levar ao palco um cantor da época.
“Nossa ideia não é resgatar ninguém. Para entrar no programa tem que estar bem classificado. Mas se o pagode dos anos 1990 for o recorte escolhido e a pessoa estiver lá, vai ser convidado”, afirmou Carneiro. “Essas pessoas estão por aí. Bruno e Marrone, Zezé de Camargo e Luciano, Djavan, Caetano. Eu não vou resgatar, eles estão performando.”
Mesmo o quadro que apresentará uma nova aposta da música não deverá buscar pessoas totalmente desconhecidas. “A gente tem um critério. Para a pessoa ser uma aposta, ela já tem que ter um trabalho de relevância. Como aquela música que todos cantam e ainda não conseguem associar ao artista."