Com soul e dança russa, musical sobre Trump estreia em setembro em Nova York
A família Trump decide fazer um programa especial de televisão porque tem certeza de que os americanos os idolatram.
Mas o presidente não chega na hora marcada. A solução é improvisar entrevistas e números musicais, que incluem até uma dança russa, até que o mandatário republicano chegue à Casa Branca.
Assim será “Trump Family Special”, musical sobre a Primeira Família dos Estados Unidos com uma pitada de “Família Dó-Ré-Mi” que chega ao circuito off-Broadway, em Nova York, em setembro. “Será uma experiência catártica para muitas pessoas”, diz Lisa St. Lou, atriz e uma das compositoras da montagem.
Anthony Scaramucci, ex-diretor de comunicações da Casa Branca, mediou a coletiva de apresentação do espetáculo realizada nesta quinta-feira (23).
Ele compartilhou em rede social fotos do elenco e elogiou a produção. “Eu li o roteiro, está absolutamente fantástico. E a música é ainda melhor”, afirmou.
O musical foi idealizado por St. Lou, Danny Salles, que assina a direção da montagem, e Tor Hyams, que também é responsável pelas canções.
“Nos sentíamos desamparados [com o governo], então decidimos que o musical poderia ser uma forma de mostrar a nossa resistência, como artistas”, afirma Hyams.
Melania, os irmãos Eric, Donald Jr. e Ivanka, as ex-mulheres do presidente Ivana e Marla Maples e o vice-presidente Mike Pence são personagens.
Trump não chega a aparecer: só por meio de mensagens. John Di Domenico, que costuma parodiar o presidente em programas televisivos, será a voz do republicano.
Os temas musicais de cada um foram escolhidos a dedo. Ivanka, retratada como uma mulher controladora e perfeccionista, vai interpretar uma canção com influências soul e disco, chamado “Got No Soul” (não tenho alma).
Os irmãos Trump, que fazem o estilo “bonitões”, como descreve St. Lou, dançam um número de swing intercalado com dança típica russa –uma referência à relação entre Moscou e a campanha de 2016, sob investigação. Também haverá marchas, em momentos mais “patrióticos”.
Um dos grandes momentos é quando Melania, Ivana e Marla se unem, em um momento de sororidade, para contar a experiência de ser esposa de Trump, falando sobre as traições do republicano.
As polêmicas envolvendo Trump e sua família são lembradas no espetáculo, com os protagonistas tentando escondê-las o tempo todo.
“Mas trata-se de uma sátira política, e não de um espetáculo político”, diz Hyams. “Queremos curar as pessoas que se sentem atingidas pelo governo por meio da risada.”
O espetáculo estreou em outubro do ano passado em Los Angeles. Ficou em cartaz por duas noites. O burburinho em torno da produção levou a mais algumas apresentações na cidade.
Agora, ficará 12 semanas em cartaz no Triad Theatre, a partir de 13 de setembro, sempre às quintas-feiras.
Os ingressos estão à venda por valores entre US$ 39 (cerca de R$ 160) e US$ 89 (R$ 363, em média).
“É sobre pessoas brancas sendo totalmente elitistas e desconectadas com as pessoas comuns. O que é, basicamente, o que eles são”, define Hyams.
Esperam que Trump assista ou, ao menos, escreva uma mensagem nas redes sociais sobre a produção? “Ele não deveria se importar com um musical baseado na sua família. Mas se ele se importar, nós não odiaríamos”, diz o compositor.