Em debate, candidatos ao governo de São Paulo defendem padrinhos
Os candidatos ao governo de São Paulo tiveram que usar parte do tempo do segundo debate televisivo para defender e justificar as propostas de seus padrinhos políticos, que concorrem à Presidência da República.
O debate foi veiculado na noite desta sexta-feira (24) pela Rede TV!. À frente nas pesquisas, mas com maior rejeição, João Doria (PSDB), voltou a ser o principal alvo de ataques dos adversários.
Ele recorreu ao nome do ex-governador e presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) para justificar por que renunciou à prefeitura da capital para concorrer à eleição estadual.
"Nós à frente do governo de São Paulo vamos prosseguir com aquilo que Geraldo Alckmin fez com bastante eficiência", respondeu.
Mas tucano também atacou. Ao longo do debate, ele e Luiz Marinho (PT) protagonizaram embates com críticas ao partido do adversário.
Logo no primeiro bloco, Doria respondeu a crítica de Marinho aos governos do PSDB no estado.
Ex-prefeito de São Bernardo do Campo, o petista se apresentou como representante do ex-presidente Lula e afirmou que as gestões tucanas eram responsáveis pelo aumento do crime organizado em São Paulo.
Doria rebateu: "De crime organizado, o PT, o seu partido, conhece muito bem." No mesmo momento, aproveitou para alfinetar Márcio França (PSB). Questionado sobre o que faria para combater a violência contra a mulher, disse que não se posicionaria como "candidatos que aqui participam que dizem que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher".
França havia dito que atendimento a briga de casais sobrecarrega a polícia e foi criticado por isso.
O pessebista, que foi vice de Alckmin e é o atual governador do estado, também justificou a defesa que faz do presidenciável, apesar de seu partido ter feito nacionalmente aliança informal com o PT.
Ele defendeu que, apesar do apoio ao tucano, tentaria fazer uma gestão de conciliação entre partidos.
"Depois quando passa a eleição, as pessoas se alinham de novo porque não vamos fazer disso uma guerra", disse.
Uma exceção entre os candidatos que recorreram a padrinhos políticos foi o emedebista Paulo Skaf, que não falou sobre o candidato do seu partido, Henrique Meirelles.
Ele foi alfinetado a respeito do seu partido apenas no terceiro bloco, quando foi chamado de "candidato do Temer" pela professora Lisete Arelaro (PSOL).
O formato do debate fazia com que os candidatos respondessem a jornalistas, o que permitiu que eles comentassem polêmicas que envolvem as suas candidaturas.
Skaf, que é presidente licenciado da Fiesp (federação das indústrias do estado), afirmou sobre as suspeitas de uso da máquina da entidade para se promover politicamente. O candidato negou.
"Eu não uso a Fiesp, pelo contrário. Com muito prazer, fui eleito e para o meu grande orgulho fui eleito quase de forma unânime em reconhecimento ao meu bom trabalho", respondeu.
Luiz Marinho se defendeu sobre ter sido citado em delação do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. O empresário disse que favoreceu o petista em uma licitação de R$ 300 milhões em São Bernardo do Campo.
"Não corresponde à verdade. Não teve obras dirigidas. O consórcio ganhou e estão fazendo as obras, que não foram abandonadas no meu governo", afirmou.
Candidato do PRTB e base do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) no estado, Rodrigo Tavares foi questionado sobre o que achava do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Fundação Casa (antiga Febem).
No interior de São Paulo, Bolsonaro disse que o estatuto "precisa ser rasgado e jogado na latrina".
Lisete, cujo candidato a presidente é o líder do MTST Guilherme Boulos (PSOL), disse que faria levantamento dos prédios vazios do estado para transformá-los em moradia popular. Ela foi criticada pelo fato de o presidenciável de seu partido ter patrocinado invasão a terrenos.
Marcelo Cândido (PDT) criticou a reforma trabalhista e disse que o seu candidato a presidente, Ciro Gomes, prometeu revogá-la.
Artur Rodrigues, Gabriela Sá Pessoa, Marco Rodrigo Almeida e José Marques