Corinthians vence, mas cai na Libertadores pela quarta vez seguida em casa

O Corinthians foi eliminado em casa pela quarta vez consecutiva nas oitavas de final da Libertadores. A equipe venceu o Colo-Colo por 2 a 1 nesta quarta (29), no Itaquerão, e caiu no torneio sul-americano. Os chilenos haviam ganhado por 1 a 0 em Santiago na partida de ida e avançaram às quartas de final por causa do gol marcado como visitante.

A última vez que o Corinthians levou a melhor em uma fase eliminatória da Libertadores foi na campanha do título de 2012. Na final, derrotou o Boca Juniors (ARG), por 2 a 0, no Pacaembu. Depois disso, foi superado pelo mesmo Boca Juniors em 2013, o Guaraní (PAR) em 2015 e o Nacional (URU) em 2016.

O time paulista também perdeu a chance de fazer o clássico regional contra seu maior rival, o Palmeiras.

Nas quartas de final, o Colo-Colo enfrentará o clube do Palestra Itália, caso este supere o Cerro Porteño (PAR) nesta quinta (30), no Allianz Parque. Em Assunção, o Palmeiras venceu por 2 a 0.

Por 15 minutos, o Corinthians em nada lembrou o elenco vacilante do Campeonato Brasileiro. Controlou o jogo com maturidade e o Colo-Colo não conseguia passar do meio-campo. Roger prendia os zagueiros, enquanto Romero e Pedrinho achavam espaço pelas pontas.

Valdivia parecia uma peça decorativa com a camisa 10 da equipe chilena. Só aparecia para reclamar com o árbitro argentino Néstor Pitana, o mesmo que apitou a final da Copa do Mundo entre França e Croácia.

O meia ex-Palmeiras não era o único velho conhecido da torcida corintiana. No ataque havia Lucas Barrios, com passagens pelo arquirrival e também pelo Grêmio. No gol estava Agustín Orión, goleiro do Boca Juniors (ARG) quando o clube paulista foi campeão da Libertadores em 2012 e eliminado nas oitavas de final do ano seguinte.

O gol de pênalti de Jadson aos 16 minutos parecia ser apenas a confirmação da superioridade em campo. O meia poderia ter ampliado pouco depois quando cobrou falta, bem defendida por Orión.

Parecia ser questão de tempo para o Corinthians fazer o segundo gol que poderia dar a classificação para as quartas de final sem a necessidade da disputa de pênaltis. Em Santiago, na primeira partida das oitavas, o Colo-Colo havia vencido por 1 a 0.

A torcida no Itaquerão se inflamou com o bom futebol e empurrava a equipe, assim como vaiava e xingava Valdivia cada vez que ele pegava na bola. Mas os cerca de dois mil chilenos no estádio também cantavam sem parar e esperavam que seu time saísse da defesa. Quando isso aconteceu, o Corinthians caiu de rendimento.

Com um time experiente, o Colo-Colo concentrou o jogo pelo meio para tentar usar a criatividade de Valdivia -que cresceu em campo- e os passes de Carmona. Só precisou de um lance para empatar, quando Barrios superou Léo Santos na área e cabeceou. O zagueiro corintiano havia entrado durante o primeiro tempo, no lugar do lesionado Pedro Henrique.

O Corinthians dominou o segundo tempo e o principal motivo foi o crescimento de Pedrinho. Ao encontrar seu espaço em campo e tabelar com os laterais, ele fez o time brasileiro pressionar, mas os lances de maior perigo saíam das cobranças de escanteio de Jadson. Roger perdeu uma grande oportunidade antes de fazer o segundo aos 18.

Foi momento de redenção para o atacante, que vinha irritando a torcida com a dificuldade para dominar as bolas. A cada erro, era possível ouvir o ruído coletivo de descontentamento do público.

O Colo-Colo adotou a estratégia, pelos 39 minutos finais (foram sete de acréscimos), de não jogar futebol e tentar fazer com que a partida não acontecesse. Ganhou todo o tempo possível com jogadores caídos em campo e reclamações contra Pitana. Cada cobrança de falta, escanteio e lateral demorava longo tempo. Apesar de controlarem as ações e acharem espaços, os brasileiros também se enervavam e entravam no jogo de provocações e faltas dos adversários.

Faltava um gol. O técnico Osmar Loss tirou um lateral (Fagner) para colocar um meia-atacante (Mateus Vital) e apostou na estrela de Emerson Sheik, autor dos gols decisivos na Libertadores de 2012. A pressão aconteceu, mas o Colo-Colo cozinhou e desacelerou a partida. Irritou torcida e jogadores adversários. Isso resultou em mais uma queda corintiana em casa na Libertadores.

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