Em boa fase, são-paulino Rojas tenta apagar histórico problemático
A derrota sofrida para o Colón (ARG) por 1 a 0, há duas semanas, mostrou que o São Paulo vai precisar de muita criatividade para tentar vencer os argentinos nesta quinta (16), em Santa Fe, e manter vivas suas chances na Copa Sul-Americana.
Sem Diego Souza, que foi poupado e nem viajou, o técnico Diego Aguirre deverá aumentar a aposta no bom desempenho de seus homens de lado, Éverton e Rojas, este último uma das boas notícias da equipe tricolor no pós-Copa.
Contratado durante o Mundial da Rússia, o atacante equatoriano Joao Rojas, 29, precisou de apenas 45 minutos em sua estreia para deixar uma boa impressão ao torcedor são-paulino.
Contra o Flamengo, no Maracanã, criou perigo em jogada individual que só parou nas mãos do goleiro Diego Alves. Na segunda oportunidade, colocou a bola na cabeça de Éverton, que tocou para dar ao time a primeira vitória das cinco que o São Paulo conquistou desde a Copa.
Quem vê o presente de Rojas pode não imaginar que o atleta carrega um passado bem mais turbulento no que diz respeito ao seu comportamento fora de campo.
Em maio de 2011, quando estava no Morelia, do México, depois de boa passagem pelo Emelec (EQU), Rojas foi passar férias no Equador e ganhou as páginas policiais. Beatriz Castro Ronquillo registrou uma denúncia contra Rojas por agressão depois de uma noite de festa com o atacante e alguns amigos.
Rojas chegou a ter sua saída do Equador proibida. Contudo, alguns dias depois, Beatriz Castro retirou a denúncia. O caso foi arquivado.
Em abril de 2015, quando estava no mexicano Cruz Azul, o equatoriano viu seu nome envolvido em nova polêmica.
Uma mulher, que acompanhava crianças com deficiência do projeto Teletón em uma visita às instalações do Cruz Azul, acusou Joao Rojas de ter dito a um segurança do clube que não sairia para dar autógrafos a crianças deficientes.
O atacante defendeu-se dizendo que não poderia ter cometido tal ato por ter um irmão em condição parecida.
As acusações e a visão de que sua conduta não condizia com a de um jogador profissional fizeram com que Rojas perdesse espaço na seleção equatoriana. Em 2014, ele esteve com a equipe na Copa do Mundo no Brasil, sob o comando de Reinaldo Rueda.
O atleta chegou a ter oportunidades no início do ciclo seguinte, mas não teve sequência e desde então não voltou a fazer parte dos planos da seleção de seu país.
"Joao é muito bom jogador. Um extremo desequilibrante, que quando está bem pode ser muito importante para qualquer equipe. Na seleção esteve no princípio, mas depois não foi convocado. São coisas que tenho reservadas e sobre as quais não quero falar publicamente. Mas o que posso dizer é que é bom jogador e que se tem confiança, vai dar muito certo no São Paulo", diz à Folha Gustavo Quinteros, técnico do Equador nas últimas eliminatórias, demitido após a seleção não conseguir vaga no Mundial da Rússia.
Depois de episódios ruins extracampo e a ausência na equipe nacional, Rojas parece ter endireitado a carreira em seu último clube antes de chegar ao Morumbi.
No Talleres, da Argentina, o equatoriano foi titular em 23 jogos dos 25 que fez na boa campanha do time de Córdoba no Campeonato Argentino da última temporada (5º lugar). Marcou só um gol, mas deu seis assistências.
Um dirigente do clube argentino ouvido pela Folha disse que contrataram Rojas sabendo dos antecedentes disciplinares. Mesmo assim, apostaram na recuperação do jogador, que foi submetido a regulamento interno entregue aos atletas do Talleres e que prevê normas de boa conduta.
Desde que chegou ao São Paulo, Joao Rojas se tornou peça fundamental no ataque são-paulino, oferecendo mais atributos que seu antecessor na direita do ataque, Marcos Guilherme, com individualidade e assistências.
Já são três passes para gols e um gol marcado com a camisa tricolor. O São Paulo espera que o passado de Rojas tenha, de fato, ficado para trás.
Colón (ARG) x São Paulo
Às 21h45, Brigadier General Estanislao López
Na TV: Fox Sports