Em estreia nas ruas, Marina Silva volta a criticar 'velha política' e alianças partidárias
A presidenciável da Rede, Marina Silva, escolheu Mauá, na grande São Paulo, para iniciar sua agenda de campanha nas ruas. Neste sábado (25), um dia após visitar fazenda modelo no interior de Goiás e acenar para o agronegócio, a candidata retomou antigo discurso que adota em suas falas públicas: o de criticar o que chama de velha política.
"Fico muito feliz quando eu vejo essas manifestações de quem não está preocupado com as velhas estruturas porque tem uma postura de compromisso com o Brasil", disse após ser recebida por mulheres militantes em palanque improvisado no ponto mais alto da praça 22 de novembro, no centro da cidade paulista.
Segundo ela, sua campanha não contará com "montanhas de dinheiros" ou com "marqueteiros mentirosos que enganam a população". "A Lava Jato trouxe a verdade, e a verdade é que os que se envolveram em corrupção [...] agora não podem se apresentar como sendo a solução. PT, MDB, PSDB e DEM tiveram oportunidades e trocaram o futuro da nação por projeto de eleição".
Em sua terceira tentativa de se eleger presidente do país, Marina afirmou que tem economizado até na hora de escolher os horários de voos. "Eu estou andando de avião de carreira, às vezes pegando voos cinco ou seis horas da manhã porque é mais barato, e às vezes me hospedando casa de amigos", disse.
Em discurso breve, a candidata da Rede também reclamou do pouco tempo de TV que dispõem. "Fizeram uma articulação para impedir a população brasileira de fazer a verdadeira mudança. [...] Mesmo eles tendo feito a articulação para só eles terem o tempo de televisão, para só eles terem a maioria dos recursos para campanhas, eu tenho dito que nós vamos superar essas dificuldades".
Marina, que fechou aliança com o PV, partido do seu vice, Eduardo Jorge, e do qual já fez parte, aparecerá no programa eleitoral da TV aberta por 21 segundos —quase 3% do total.
O maior tempo de TV, disparado, será o do tucano Geraldo Alckmin, que aliou-se aos partidos do chamado bloco do centrão, e soma cerca de 44% de todo o espaço da propaganda —5 minutos e 32 segundos por bloco.
"Mas eu sempre digo: o coração e a consciência dos brasileiros são bem maiores que o dinheiro deles", disse.
Ao falar de projetos de governo, Marina criticou o que chamou de "propostas se propósito". "Muita gente apresenta um rosário de propostas. Nós também temos as nossas, mas é preciso olhar muito bem. Propostas não podem estar separaras de propósitos. Os propósitos é que orientam as propostas. Quando as propostas são apenas palavras, podem olhar que a forma para ganhar o poder é muito parecida com aquela forma que levou o Brasil para o fundo do poço", afirmou.