São Paulo segue receita que deu certo com o Corinthians no Brasileiro

Para chegar à liderança do Brasileiro, o São Paulo apostou em uma receita semelhante à do Corinthians, campeão do ano passado.

Com um esquema de jogo que prioriza mais os ataques rápidos e precisos e a organização defensiva do que a posse de bola, o técnico Diego Aguirre transformou a equipe em uma das protagonistas da temporada de 2018.

Em 2017, o time do técnico Fábio Carille conquistou o título brasileiro com estratégia parecida. Dedicado defensivamente, pouco ficava com a bola, mas era preciso ao concluir as jogadas ofensivas.

A primeira colocação do Brasileiro era um sonho distante quando Aguirre assumiu, em março. Ele prometeu que o time mostraria intensidade nos jogos ao contrário da morosidade com que vinha atuando.

Aos poucos, deu sua cara ao São Paulo. Após algumas tentativas, optou por jogar no 4-4-2, com Nenê mais adiantado próximo de Diego Souza, e Rojas e Everton abertos pelos lados do campo. 

Nesta formação, o time fica pouco com a bola nos pés e explora a velocidade para chegar ao gol. No jargão atual, é um futebol reativo. Tese sustentada pelos números do clube após 20 rodadas. 

A média da posse de bola do time tricolor é de 48%. Dos 20 jogos disputados na competição, a equipe teve mais posse do que os rivais em seis. Nelas obteve três vitórias, dois empates e uma derrota —aproveitamento de 61,1%.

O desempenho melhora quando o time segura menos a bola. São 73,8% de aproveitamento —nove vitórias, quatro empates e uma derrota.

O estilo de jogar sem bola fica evidente até quando a equipe sai para buscar o gol. O padrão é apostar na velocidade e em poucos toques para surpreender o adversário. De acordo com o serviço de estatísticas FootStats, o São Paulo é quem dá menos toques na bola, em média, para fazer um gol —201 passes.

Dos cinco primeiros na tabela, apenas o Grêmio não tem essa característica. Vice-líder, o Inter é o quarto no ranking, com 277 passes —atrás de Palmeiras (264) e Atlético-MG (266), segundo e terceiro no quesito, respectivamente. 

“Isso é uma estratégia, nós jogamos assim. Não precisa ter a bola para jogar mais que o outro time, tem de fazer o melhor para ganhar o jogo”, analisa Diego Aguirre.

O São Paulo lidera outra lista que o ajuda a estar na liderança: o da eficiência nas finalizações. O time precisa de 6,36 chutes para marcar um gol. O Internacional 8,71.

 

O reforço do meia-atacante Éverton também ajudou o clube a crescer ofensivamente. Até por isso, a maior parte das jogadas são-paulinas que acabam em gol saem pelo lado esquerdo, setor do jogador. 

Dos 33 gols marcados até agora pela equipe, 52% saíram pela esquerda. A boa fase do lateral Reinaldo também colabora para os bons números ofensivos do time tricolor. 

Jogadas pelo meio resultaram em 15% dos gols. E, pela direita, onde o equatoriano Rojas tem feito boas atuações, saíram os outros 33%.

Pelo desempenho, como alertou o próprio treinador, que em pouco mais de cinco meses implantou o estilo cisplatino do São Paulo atuar, o clube do Morumbi começou a ser apontado como um dos favoritos ao título de 2018.

“Os jogadores estão aceitando muito bem nossa proposta. É uma oportunidade maravilhosa para todos os que estão aqui”, acrescentou o técnico. 

O jogo deste domingo (26), às 11h, contra o Ceará, será delicado. Os quase 60 mil torcedores que estarão no Morumbi saberão como o time lida com o favoritismo. E se consegue atuar de outra forma.

SÃO PAULO x CEARÁ 
Domingo (26) 11h, Morumbi
Na TV: Pay-per-view

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