Espaços para cães em praças públicas são opção a 'creches' para pets
O número de cães cresce nas grandes cidades na mesma velocidade em que elas se verticalizam (e que nós nos sentimos sozinhos) —o que impõe às famílias alguma ginástica para que esses animais não enlouqueçam, encerrados em apartamentos.
Passear ajuda, é claro! Mas, mesmo que seja diariamente e pelo menos por 20 minutos, como manda o figurino, só isso não resolve. Cães precisam correr, cavar, brincar, reconhecer os cheiros do ambiente sem serem arrastados pela coleira. Além disso, precisam conviver e se comunicar com outros cães.
É uma das cinco liberdades que garantem o bem-estar: não basta ter comida, água, cama quentinha e remédios. É preciso estar livre para expressar o comportamento natural.
É nesse sentido que os ParCães, criados pela Prefeitura de São Paulo, são boas alternativas às creches (que não cabem no bolso de todo mundo): 16 áreas cercadas, em praças da cidade, nas quais os animais podem ficar soltos, com os responsáveis, sem coleira e sem risco de fuga.
Tanto em São Paulo como em Recife, outra capital que aderiu à ideia, os ParCães surgiram a partir da demanda dos moradores por espaços adequados para que pudessem interagir com os cães.
Sei que muita gente tem medo só de pensar no xodó da casa solto com outros animais. Tem risco? Sempre tem.
Mas ele vai se resumir ao risco de acidentes se o cão estiver vermifugado, com proteção contra pulgas e carrapatos e com a vacinação em dia —tanto contra a raiva (que, aliás, está sendo aplicada de graça pela prefeitura) como contra as doenças virais, como a maldita cinomose (que mata muito mais do que a raiva, mas não é zoonose e, por isso, não tem campanha). Portanto, arrisque!
E, para driblar o medo e levar seu filho a um ParCão, faça um exercício simples: pense em quantos riscos corremos todos os dias para fazer coisas que nos dão prazer.
Para eles, vale a mesma regra.