EUA deportam ex-guarda de campo de concentração nazista
O governo americano prendeu e deportou um ex-guarda de um campo de concentração nazista que morava em Nova York, informou nesta terça-feira (21) a Casa Branca.
Cumprindo uma ordem de deportação de 2004, a Agência de Imigração e Alfândega dos EUA colocou Jakiw Palij, hoje com 95 anos, sob custódia e o enviou à Alemanha.
Palij nasceu em uma região da Polônia que hoje faz parte da Ucrânia, emigrou para os EUA em 1949 e se tornou um cidadão americano oito anos depois. Às autoridades americanas, ele disse que passou os anos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) trabalhando, até 1944, na fazenda de seu pai em sua cidade natal, e depois em uma fábrica alemã.
Em 2001, no entanto, Palij admitiu ao Departamento de Justiça que foi treinado no campo de treinamento da SS (tropa de elite nazista) em Trawniki, na Polônia ocupada pelos alemães, em 1943.
Documentos apresentados à Justiça americana apontaram que os oficiais treinados em Trawniki participaram da Operação Reinhard, codinome do plano nazista de extermínio dos judeus em território polonês.
Em 3 de novembro de 1943, cerca de 6.000 judeus —entre homens, mulheres e crianças— que estavam presos em Trawniki foram assassinados em um dos maiores massacres do Holocausto. Ao ajudar a impedir a fuga desses prisioneiros durante seu tempo de serviço em Trawniki, Palij desempenhou papel indispensável na morte desses judeus, apontam os documentos.
Um juiz federal americano revogou sua cidadania em 2003 e ele foi alvo de uma ordem de deportação no ano seguinte, mas nenhum país europeu quis aceitá-lo, de acordo com a rede CNN e a revista New York.
"Os Estados Unidos nunca serão um paraíso seguro para aqueles que participaram em atrocidades, crimes de guerra e abusos aos direitos humanos", disse o secretário de Justiça americano, Jeff Sessions, em comunicado.
"Jakiw Palij mentiu sobre seu passado nazista ao emigrar para este país e então se tornou um cidadão americano de forma fraudulenta. Ele não tinha direito à cidadania ou de sequer estar neste país", acrescentou Sessions.
O secretário lembrou que o governo americano já deportou no passado outros 67 ex-nazistas.