EUA não pagaram por tratamento de americano preso na Coreia do Norte, diz Trump
O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta sexta (26) que Washington não pagou a Coreia do Norte pelo tratamento médico dispensado ao americano Otto Warmbier durante o tempo em que ele ficou detido no país asiático.
"Nada foi pago à Coreia do Norte por Otto Warmbier, nem dois milhões de dólares, nem nenhum outro valor", escreveu Trump em uma rede social.
Funcionários do Departamento de Estado americano envolvidos nas negociações para libertação do estudante de 21 anos afirmaram ao Washington Post que Trump pessoalmente autorizou um diplomata a se comprometer a pagar US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,8 milhões) pelos cuidados médicos que Warmbier recebeu na Coreia do Norte.
O americano entrou em coma por razões desconhecidas na noite em que foi condenado por uma corte norte-coreana a 15 anos de prisão e trabalhos forçados, em março de 2016. Sua família não autorizou a realização de uma autópsia.
Warmbier foi acusado pelo regime de Kim Jong-un de retirar um cartaz de propaganda do regime em um hotel de Pyongyang na madrugada de 1º de janeiro de 2016 —uma conduta que seria uma mera contravenção em outros países, mas que é tratada na Coreia do Norte como "ato hostil contra o Estado".
O estudante morreu apenas seis dias após retornar aos Estados Unidos. Um médico legista do estado americano de Ohio, onde Warmbier foi enterrado, disse que sua morte foi causada por falta de oxigênio e sangue no cérebro.
A Coreia do Norte nega as acusações de que teria torturado o americano e culpou seu estado de saúde em uma infecção intestinal e uma pílula para dormir.
O tesouro americano recebeu a fatura do regime de Pyongyang e, até o fim de 2017, ela não havia sido paga —não se sabia se, desde então, o governo dos EUA teria desembolsado a quantia.
Trump não abordou os termos do acordo feito com a Coreia do Norte para a libertação de Warmbier e a Casa Branca afirmou que não comentaria o caso.
Fred Warmbier, pai de Otto, afirmou ao Washington Post que nunca tinha sido informado sobre a fatura do tratamento médico de seu filho, mas que a cobrança se assemelhava a um pedido de resgate pela liberação dele.