Falência múltipla orgânica | Ator Lúcio Mauro morre aos 92 anos no Rio de Janeiro

Trajetória

Um dos grandes nomes do humor brasileiro, Lúcio de Barros Barbalho nasceu em Belém (PA) em 14 de março de 1927. Ele iniciou sua carreira profissional em Recife (PE), na companhia teatral do ator Mário Salaberry, após anos atuando em produções estudantis. Após a morte de Salaberry, em um trágico acidente ocorrido quando os atores viajavam em direção ao Rio, Lúcio retornou ao Recife, onde conheceu o comediante Barreto Júnior, com quem trabalhou no teatro.

Sua estreia na TV veio em 1960, no humorístico "Beco sem Saída", da TV Rádio Clube de Pernambuco. Pouco depois, ele se mudou para o Rio de Janeiro e trabalhou na TV Rio e na TV Tupi, onde dirigiu a produção "A, E, I, O... Urca!" e estrelou, ao lado de sua então mulher Arlete Salles, o programa "I Love Lúcio".

Foi em 1966 que Lúcio Mauro migrou para a Globo. Seu primeiro trabalho na casa foi em "TV0-TV1", humorístico que fazia paródias da TV brasileira e contava com a presença de Jô Soares e Agildo Ribeiro. Seu primeiro maior sucesso na emissora, porém, veio dois anos depois, com o "Balança, Mas Não Cai", que ele criou e dirigiu. Foi no humorístico que surgiu o quadro "Ofélia e Fernandinho" --que mais tarde seria revivido em "Os Trapalhões" (1989) e no "Zorra Total" (1999).

Lúcio Mauro teve como grande amigo e parceiro na TV o também humorista Chico Anysio. Os dois se conheceram em Recife, na Rádio Clube de Pernambuco, e levaram adiante uma amizade "de irmãos". Eles atuaram juntos em vários programas, como "Chico City" (1973), "Chico Anysio Show" (1982), "Chico Total" (1996) e "A Escolinha do Professor Raimundo" (1990), na qual Lúcio Mauro fez sucesso no papel de Aldemar Vigário.

"Ficou essa coisa sublinhada, essa coisa marcante demais da minha convivência com o Chico, a convivência que passou a ser uma coisa quase familiar, de irmãos. Quando Chico se tornou comediante, tudo o que o Chico fazia era comigo. A minha amizade com o Chico foi uma coisa que veio da infância", disse Lúcio em entrevista à rádio Globo por ocasião da morte do amigo, em 2012.

A parceria de Lúcio e Chico foi repetida em 2015 pelos filhos dos atores, Lúcio Mauro Filho e Bruno Mazzeo, na nova versão da "Escolinha" - e foi justamente nela que Lúcio Mauro realizou seu último trabalho na TV, em uma participação mais do que especial. "Ele gravando com o Bruno foi um negócio mágico, emocionante, as pessoas subiram correndo para ver. Papai se emocionou muito, foi um negócio muito forte", contou Mauro Filho ao UOL na época.

Além da "Escolinha", Lúcio Mauro fez uma série de participações na Globo nos últimos anos, entre novelas como "Gabriela" (2012) e "A Favorita" (2008) e humorísticos como "A Grande Família" e "Zorra Total".

No cinema, não teve uma carreira tão prolífica quanto na TV: esteve em apenas 11 filmes, sendo o primeiro o drama "Terra Sem Deus" (1963). Seu último crédito foi outra parceria com Lúcio Mauro Filho: a comédia "Vai que Dá Certo 2", na qual interpretou Altamiro.

O ator voltou a contracenar com os filhos em 2014, no penúltimo episódio de "A Grande Família". Ele foi o pai e Luly, a irmã de Tuco, personagem de Lúcio Mauro Filho.

Em 2015, o ator fez uma participação especial da releitura da "Escolinha do Professor Raimundo", que foi exibida pela Globo e pelo canal pago Viva.

Fora das telas, Lúcio Mauro foi casado por 12 anos com Arlete Salles, até 1970. Com ela, teve dois filhos: Alexandre Barbalho e Gilberto Salles. Depois, ele se casou com Ray Luiza Barbalho, com quem estava até hoje. Juntos, eles tiveram Luciane Maria, Lúcio Mauro Filho e Luanna Barbalho.

Source Link

« Previous article Novas aplicações para instalar no seu smartphone
Next article » Ataque contra hotel de luxo planejava "sabotar prosperidade" do Paquistão, diz premiê