Fifa diz que não pretende mudar entendimento de título do Palmeiras
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse nesta quarta-feira (10) que a entidade internacional não pretende conceder título de campeão mundial a ganhadores de competições realizadas antes de 1960.
O Palmeiras reivindica o reconhecimento por ter vencido em 1951 a Copa Rio, o que, para o clube alviverde, pode ser considerado um título mundial.
Na saída de audiência com o presidente Jair Bolsonaro, Infantino disse que o tema é um assunto "muito complicado", mas ressaltou que o momento é de olhar para o futuro, não para o passado.
"Isso é muito complicado. Nós já decidimos quem são até 1960 os campeões do mundo. Além do mais, creio que, no Brasil e no mundo, temos de olhar para o futuro, não para o passado", disse.
Segundo o suíço, o título do Palmeiras não foi discutido na audiência com Bolsonaro, que é torcedor do clube paulista. Ele disse, no entanto, que o tema pode ser tratado em uma "segunda visita".
Em entrevista à imprensa, o cartola definiu a reunião como "positiva" e "cordial" e relatou que discutiram os preparativos para a Copa América e para o Mundial Sub-17, realizados neste ano.
"As competições vão permitir que o Brasil fique novamente no centro do mapa do mundo do futebol", disse Infantino.
Em tom de brincadeira, ele disse que tentou jogar futebol com Bolsonaro, mas ressaltou que o brasileiro é "muito melhor" do que ele. O presidente chegou a fazer embaixadinhas no encontro.
Também presentes no encontro, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, disse que foi pedido a Bolsonaro um apoio institucional para a realização das competições no país.
Segundo ele, o governo federal contribuirá com apoio em segurança e logística, mas não haverá aporte financeiro aos eventos esportivos.
"O que nós colocamos ao presidente é a nossa vontade e desejo de desenvolver o futebol, de mudar o futebol de patamar na economia nacional", afirmou.
Para ele, os clubes brasileiros precisam arrecadar mais recursos e diversificar as fontes de receita para que consigam evitar que grandes jogadores deixem o Brasil.
"Com a noção de um sistema profissional de gestão no futebol, os clubes passam ao patamar de poder receber investimentos [estrangeiros]", disse.