FMI reduz para 1,8% previsão de crescimento do Brasil em 2018
Atribuindo a decisão à paralisação dos caminhoneiros e à piora das condições econômicas globais, o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou, nesta segunda-feira (23), a previsão de crescimento do Brasil em 2018.
A estimativa, agora, é que o país cresça 1,8% neste ano —antes, esse número era de 2,3%. Para 2019, o fundo manteve a previsão de 2,5% de alta.
O diretor do FMI para as Américas, Alejandro Werner, ponderou que a recuperação econômica na América Latina tem sido mais difícil para alguns países.
“Pressões do mercado em nível global foram amplificadas por vulnerabilidades específicas”, afirmou, citando as tensões no comércio internacional após a introdução de tarifas pelos EUA e condições financeiras mais restritivas.
No Brasil, além da paralisação dos caminhoneiros, também pesa a incerteza das eleições presidenciais —cujo resultado ainda pode alterar as expectativas de crescimento para baixo.
O Fundo voltou a destacar a necessidade de uma reforma da Previdência no país, considerada “uma medida fundamental” rumo ao equilíbrio fiscal.
Mas Werner afirmou que o Brasil deve manter seu ritmo de crescimento moderado, puxado pelo consumo e pelo investimento privados.
Na última semana, a equipe econômica do governo Temer confirmou que a projeção para o PIB foi revisada de uma alta de 2,5% para 1,6% neste ano, por causa da paralisação dos caminhoneiros.
A deterioração de expectativas também fez o Ministério da Fazenda cortar a previsão para a expansão da atividade em 2019 de 3,3% para 2,5%.