Funcionários do Fla serão intimados a depor em investigação sobre incêndio
Cinco funcionários do Flamengo com atribuições no Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube, serão intimados a depor nesta terça-feira (12). Um incêndio atingiu o alojamento dos atletas das categorias de base na sexta (9). Dez pessoas morreram e três ficaram feridas.
Policiais cumprem diligências nesta segunda (11) para intimar os funcionários do clube, cujos nomes e cargos não foram divulgados. A ideia é que os depoimentos sejam dados a partir das 15h de terça.
A polícia quer saber quem era responsável pelo setor de manutenção do centro de treinamento e também da gerência de patrimônio do clube. Os agentes buscam informações os materiais da estrutura de contêiner do dormitório que pegou fogo. Investigam se havia rota de fuga.
Até o momento, a principal suspeita é que uma pane no aparelho de ar-condicionado provocou um incêndio que matou os 10 atletas da base do clube e deixou outros três feridos na madrugada de sexta-feira (8).
Reportagem da TV Globo na sexta mostrou que só havia uma porta de saída do dormitório e que a espuma de poliuretano usada como material isolante térmico e de som da estrutura soltava fumaça tóxica em caso de incêndio. A espuma é a mesma encontrada na estrutura da boate Kiss, em 2013.
O Flamengo afirmou neste domingo que o material era "auto-extinguível", ou seja, que não propagava chamas.
Os atletas menores de idade estavam instalados em uma estrutura modular montada em um contêiner. Eles dormiam em beliches quando o incêndio começou.
Um dos atletas que dormia sentiu o cheiro de queimado e foi buscar ajuda. Quando ele voltou com uma funcionária do clube, a estrutura já estava tomada pelas chamas.
Moradores da região de Vargem Grande, zona oeste, onde fica o CT do Flamengo, relataram que devido às chuvas que atingiram a cidade na semana passada provocaram diversos picos de luz no bairro.
A polícia investiga se as quedas de luz podem ter provocado um curto na rede elétrica, resultando em um incêndio. A investigação também apura se não houve negligência do clube em relação às condições de segurança do dormitório.